A soma que os bancos americanos que tomou de empréstimos pela janela de redesconto e pelo programa emergencial do Federal Reserve (Fed) aumentou pela segunda semana consecutiva, um sinal de que o estresse no sistema financeiro não desapareceu totalmente. O total de empréstimos bancários aumentou para US$ 96,1 bilhões na semana em 17 de maio, de US$ 92,4 bilhões no período anterior.
O crédito mobilizado pela janela de redesconto caiu de US$ 9,3 bilhões a US$ 9,1 bilhões, enquanto a linha do Programa de Financiamento a Prazo dos Bancos (BTFP, na sigla em inglês) expandiu de US$ 83,1 bilhões para US$ 87,0 bilhões, comparando com o período anterior. No total, foram canalizados US$ 96,1 bilhões em empréstimos emergenciais para ampliar a liquidez de bancos americanos, valor ainda distante do pico de US$ 164,8 bilhões visto em março.
Já a categoria “outras extensões de crédito”, cujos recursos são garantidos pela Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), caiu de US$ 212,5 bilhões para US$ 208,5 bilhões. A modalidade também inclui os recursos do First Republic Bank, vendido ao JPMorgan. Com as movimentações, o balanço total de ativos do Fed caiu de US$ 8,55 trilhões para US$ 8,35 trilhões.
Supervisão dos bancos
Como resultado da revisão dos eventos que culminaram na quebra do Silicon Valley Bank (SVB) em março, o vice-presidente de supervisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Michael Barr, concluiu que o Fed deve fortalecer os instrumentos para garantir uma vigilância eficaz do sistema bancário dos Estados Unidos.
Segundo Barr, o Fed foi incapaz de identificar completamente as vulnerabilidades do SVB e não tomou medidas suficientes para assegurar a correção dos problemas. “É por isso que precisamos de reforçar amplamente a resiliência no sistema financeiro, e não se concentrar apenas em fatores de risco específicos”, defendeu.
Com informações de Estadão Conteúdo (Matheus Andrade)
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