Dois importantes varejistas na cena mundial, H&M e IKEA, sempre buscaram colocar a sustentabilidade na linha de frente de suas agendas de negócios. Durante a pandemia, esta agenda foi tratada com prioridade e acelerada “graças” ao novo. Planejamentos, até então desenhados a longo prazo, precisaram sair do papel e entrarem em ação.
Nesta segunda etapa do Chapter 1 da NRF Retail’s Big Show, maior evento de varejo do mundo, um debate acerca do tema “Como a sustentabilidade está mudando o cenário do varejo” contou com as presenças de Abigail Kammerzell, gerente de Sustentabilidade da H&M e Jennifer Keesson, responsável pela área de Sustentabilidade da Ikea. O jornalista da Bloomberg, Jordyn Holman, mediou o bate-papo que aconteceu nesta terça-feira (19).
A sustentabilidade, de acordo com as duas executivas, ganhou um papel ainda mais importante durante a pandemia, seguida de uma expressiva preocupação com a saúde e o alto consumo. Segundo elas, com as pessoas passando mais tempo dentro de suas casas, o amento das compras ganhou notoriedade e as empresas focadas neste fator sustentável, aproveitaram o momento. Para Abigail, esse comportamento tornou fatores responsabilidade social e sustentabilidade uma chave para colaborar com a crise.
Essa visão, que chega pela ponta do negócio, precisa ser compartilhada pela empresa como um todo. Não apenas nos discursos, ou mesmo nas lojas. Para que a sustentabilidade funcione e se torne, de fato, uma visão corporativa, é preciso que esteja dentro do planejamento dos principais executivos das empresas.
A representante da H&M disse que o aumento da consciência dos consumidores é um combustível para as empresas e isso faz com que elas sejam mais transparentes em seus processos de produção, assim como na maneira como se comunicam com o mercado. A vantagem de ser uma grande empresa, de acordo com ela, é justamente ter o poder de conectar e engajar a cadeia como um todo.
“Os consumidores, muitas vezes encabeçados pela Geração Z, buscam compreender como as roupas são feitas e de onde elas compradas. Hoje em dia, os negócios não nascem mais apenas pensando no fator vendas, mas sim com o propósito focado na melhora da sociedade”, afirmou.
Já na Ikea, a pandemia estimulou estudos para identificar como tornar os móveis ainda mais funcionais – peças pensadas para uma ocasião ganharam novos papéis e até maior durabilidade. “Analisamos como seria possível prolongar a vida de um produto, uma vez que o consumidor tem passado mais tempo em casa e, consequentemente, fazendo maior uso dos itens domésticos. Com isso, enxergamos ainda a oportunidade de incorporar o processo de criação com eles. Neste processo, a economia circular ganhou muita força”, explica Jennifer.
A executiva falou também sobre a importância das marcas se comunicarem cada vez mais com as comunidades nas quais estão inseridas. Segundo ela, esse é um desafio gigante para as empresas, mas que pode ser feito com a ajuda rede de fornecedores e parceiros. “Uma oportunidade para pequenas empresas”, disse.
O lema da empresa, segundo a executiva, é “ir ao encontro das necessidades dos consumidores atuais, sem comprometer as futuras gerações”. Dentro desse conceito, recentemente um Ikea anunciou o projeto de uma Tiny House, literalmente uma casa de 18 metros quadrados feita sobre rodas.
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