A Amazon anunciou que demitirá mais de 9.000 funcionários, após ter afirmado anteriormente que cortaria 18.000 posições. “Dada a economia incerta em que residimos e a incerteza que existe no futuro próximo, optamos por ser mais simplificados em nossos custos e número de funcionários”, disse o CEO da empresa, Andy Jassy, em um comunicado nesta segunda-feira, 20.
Jassy disse que os 9.000 cortes adicionais de empregos não foram anunciados antes porque algumas equipes não haviam concluído as avaliações que determinavam quais cargos precisavam ser eliminados.
Fechamento de lojas
Em apresentação de resultados realizada pela Amazon em fevereiro, a companhia reportou US$ 149,2 bilhões em vendas nos três meses encerrados em dezembro, que incluiu a temporada de compras natalinas, um aumento de 9% em relação ao ano anterior.
“Em nosso negócio de lojas em todo o mundo, com a incerteza econômica em curso, juntamente com a continuação das pressões inflacionárias, os clientes permanecem cautelosos. E vimos que eles estão gastando menos em categorias discricionárias e mudaram para itens de preço mais baixo e marcas de valor em categorias como eletrônicos”, disse o diretor financeiro, Brian Olsavsky.
Já no mês passado, a empresa destacou que, entre os esforços para redução de custos, estava a demissão de 18.000 trabalhadores corporativos e de tecnologia – o maior corte de todos os tempos –, que custará US$ 640 milhões em rescisão.
A decisão de fechar alguns supermercados Fresh e lojas de conveniência Go custou US$ 720 milhões no 4º trimestre. “Registramos prejuízos de propriedades e equipamentos e locações operacionais, principalmente relacionadas às nossas lojas físicas Amazon Fresh e Amazon Go. Estamos continuamente refinando nossos formatos de loja para encontrar aqueles que ressoarão com os clientes e decidimos sair de determinadas lojas com baixo potencial de crescimento”, afirma o diretor financeiro.
Revisão de estrutura
Em entrevista à Mercado&Consumo, Carlos Carvalho, CEO da Truppe, destacou que, além das demissão em massa e do fechamento de algumas lojas, a big tech reviu sua estrutura de cobrança de fretes e o valor de seus programas de fidelidade. Em 2022, a assinatura do Amazon Prime sofreu reajuste em todo o mundo. No Brasil, o plano mensal passou de R$ 9,90 para R$ 14,90 e o anual, de R$ 89 para R$ 119 no anual. Nos Estados Unidos, o pacote mensal subiu de US$ 13 para US$ 15.
“Estamos vivendo hoje um momento de aterrissar os projetos na área de tecnologia. Não tem mais espaço para sustentar iniciativas que não tragam resultados. E isso aconteceu porque não havia como sustentar a estrutura das companhias com as previsões econômicas para 2023 e as incertezas para os próximos meses”, diz Carvalho.
O especialista também chamou a atenção para os resultados do AWS, braço de computação em nuvem da Amazon, que ficou abaixo do esperado. “Houve uma desaceleração importante em relação às suas vendas, assim como em seus concorrentes, como Google e Microsoft, que foram mais uma vez impactados pelas incertezas econômicas”, diz Carvalho.
Com informações de Estadão Conteúdo.
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