Modelos de negócios e parcerias, custo de fazer negócios, propósito, reputação e o poder do cliente. Esses são os sinais críticos de mudança que, atualmente, influenciam o ambiente global de varejo, segundo a publicação da KPMG “Futuro do varejo: migrando do varejo para o comércio voltado ao consumidor”.
De acordo com o levantamento, essas tendências principais representam o motivo pelo qual o mercado está mudando diante da pandemia da Covid-19, passando do comércio tradicional para um modelo centrado no atendimento do consumidor, sem a necessidade de lojas.
“Com tudo o que vimos nos últimos meses no setor, mudanças radicais nos modelos de operação, acelerada digitalização e quebra de paradigmas, é hora de fazermos uma reflexão sobre o futuro do setor de varejo. Após a disrupção generalizada que o segmento sofreu no ano passado, e as notícias positivas de uma série de vacinas que estão surgindo, os varejistas devem começar a olhar e se preparar para a nova realidade que vai surgir,” analisa o sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gambôa.
Veja, a seguir, os sinais de mudança apontados pelo estudo:
- Disrupção acelerada
As escolhas que os varejistas fizerem nos próximos meses influenciarão o sucesso do negócio nos próximos cinco anos ou mais. - Modelos de negócios e parcerias
O crescimento dos ecossistemas de plataformas ao lado do omnicanal (que atua no online e no offline) está impulsionando a próxima onda de concorrência e a evolução do modelo de negócios. - Cliente
As expectativas e necessidades do cliente estão mudando rapidamente conforme o varejo passa de um modelo B2C (empresa para consumidor) para um modelo C2B (de consumidor para a empresa). - Redução do custo de fazer negócios
Com as margens de varejo sob pressão crescente e os custos aumentando em vários aspectos da cadeia de valor, a maioria reconhece que as maneiras convencionais de redução de custos não são mais suficientes para segurar as margens e garantir que o negócio esteja preparado para o futuro. - Propósito
Os clientes desejam que as empresas representem algo maior do que os produtos que vendem. A pandemia recente apenas mostrou a preferência do consumidor por organizações orientadas pelo propósito.
Comércio para o consumidor
Sobre o futuro do setor de varejo, a publicação apontou ainda que a palavra varejo deverá ser tornar redundante e será substituída por “comércio voltado ao consumidor”. Além disso, foram enumerados os sete tipos de modelos de negócios que terão sucesso no futuro:
- Negócios baseados em plataformas
Os negócios de plataformas estão cada vez mais dominando os canais de entrada no mercado e adotando uma abordagem mais ampla para direcionar as ofertas B2B (empresa para empresa) e B2C (empresa para consumidor). - Varejistas multinacionais
Grandes multinacionais de varejo vão se transformar em empresas de plataformas e aumentarão a capacidade por meio de fusões e aquisições, além da entrada em novos mercados. - Heróis nacionais
Eles têm a vantagem de garantir uma base de clientes fiéis e aproveitar os programas de fidelidade para atender às necessidades dos clientes. Para melhorar o posicionamento, eles também precisarão se concentrar na criação de parcerias para aproveitar as sinergias e gerar escala. - Varejistas baseados em valor
Os varejistas de desconto têm sido um dos formatos físicos de crescimento mais rápido nos últimos dez anos. No entanto, eles atualmente precisarão estabelecer ou desenvolver uma proposta de valor online para sobreviver no futuro. - Direto para o consumidor
Em alguns casos, as marcas estão construindo as próprias capacidades para entregar essa proposta ou estão comprando-as e, mais frequentemente, estão alavancando negócios de plataforma para contornar os varejistas tradicionais e obter margens adicionais. - Especialistas de categorias
Oferecem produtos e serviços exclusivos e direcionados a uma categoria de varejo específica ou a um cliente definido. - Varejistas independentes e mútuos
Têm a capacidade de reunir e responder diretamente às mudanças nas necessidades da comunidade. Os locais independentes também estão ressurgindo como participantes viáveis, utilizando o online como base ou um canal adicional para o mercado.
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