Por mais um ano, tive a oportunidade de acompanhar o Web Summit Rio e posso afirmar que o evento foi ainda mais marcante, repleto de temáticas inspiradoras e discussões envolventes que delinearam o futuro da tecnologia e da inovação. Entre os tópicos mais destacados, a Inteligência Artificial emergiu como protagonista, com demonstrações práticas e aplicações tangíveis que evidenciam seu impacto crescente em diversos setores.
No entanto, foi a interseção entre a Inteligência Artificial e a computação quântica que gerou particular entusiasmo e especulação. Embora ainda exploratória, as promessas de sua implementação prática estão cada vez mais tangíveis. Não ficaria nada surpreso se o próximo Web Summit se concentrar ainda mais nessa temática, fundindo as possibilidades da computação quântica com o poder da IA.
Outro ponto de destaque foi a evolução do conceito de Web3. Enquanto no ano passado ainda era um tópico menos difundido, neste ano foi evidente o aumento no interesse e na compreensão sobre o conceito. Muitas vezes associada erroneamente apenas ao metaverso, ela abrange uma gama mais ampla de novas dimensões digitais que vão além das estruturas tradicionais da Web2. Na verdade, a Web3 representa um universo de ambientes digitais imersivos, onde os usuários têm protagonismo significativo e são diretamente beneficiados pela monetização de seus dados.
Essa monetização, por sua vez, está intrinsecamente ligada aos novos modelos de negócios emergentes nos mundos dos games e dos e-sports, por exemplo. Estes ambientes digitais oferecem não apenas experiências imersivas, mas também oportunidades de negócios lucrativos, tanto dentro quanto fora do contexto digital. É importante reconhecer que a indústria de games já é um mercado bilionário, com uma vasta gama de players e marcas explorando comercialmente suas potencialidades.
A convergência desses temas culmina na ideia de uma economia tokenizada, em que ativos digitais e reais são tokenizados e comercializados em novos modelos econômicos. Essa economia tokenizada é fundamental para a consolidação da Web3, permitindo a transição fluida entre o mundo físico e o digital e promovendo a interoperabilidade entre diferentes plataformas e sistemas. No entanto, esse é um desafio significativo que ainda precisa ser superado. Resolver esse dilema requer avanços significativos em tecnologias como blockchain, que possibilitam a criação de identidades digitais descentralizadas e interoperáveis.
À medida que avançamos em direção a essa nova era digital, é crucial manter-se atualizado sobre as últimas tendências e desenvolvimentos tecnológicos. O Web Summit Rio 2024 ofereceu uma visão abrangente dessas tendências, destacando a importância da convergência da digitalização e da economia tokenizada na construção do futuro digital.
O próximo passo é transformar essas ideias em ações concretas, impulsionando a inovação e a colaboração em direção a um mundo digital mais inclusivo e interconectado.
Marcelo Queiroz é head de estratégia e novos negócios da ClearSale.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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