Queda nos preços dos alimentos, transportes e artigos de residência pressionou resultado do IPCA-15 em julho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou queda de 0,18% em julho, após subir 0,16% em junho.
Com o resultado, influenciado pela queda no preço dos alimentos, dos transportes e dos artigos de residência, o IPCA-15 acumula aumento de 1,44% em 2017. A taxa acumulada em 12 meses até julho foi de 2,78%. Este último resultado é a menor variação acumulada para o índice em um ano desde março de 1999 (2,64%).
A deflação de 0,18% em julho repete o patamar registrado em julho de 2003 (-0,18%), além de ser o resultado mais baixo alcançado pelo indicador desde setembro de 1998, quando a queda foi de 0,44%.
Sete dos nove grupos que integram o índice tiveram taxas de variação mais baixas na passagem de junho para julho. Houve quedas de preços nos grupos Alimentação e Bebidas (de -0,47% em junho para -0,55% em julho), Transportes (de -0,10% para -0,64%) e Artigos de Residência (de 0,15% para -0,55%).
Mas os aumentos foram menores em Habitação (de 0,93% para 0,24%), Vestuário (de 0,69% para 0,04%) e Saúde e cuidados pessoais (de 0,64% para 0,14%), enquanto o grupo Comunicação registrou estabilidade (de 0,12% para 0,00%). As exceções foram os grupos Despesas pessoais (de 0,26% para 0,31%) e Educação (de 0,03% para 0,08%), com aceleração no ritmo de alta.
Os alimentos consumidos em casa ficaram 0,95% mais baratos no IPCA-15 de julho. Segundo o IBGE, todas as regiões pesquisadas apresentaram queda na alimentação no domicílio. A redução mais acentuada foi notada em Curitiba, -1,61%, e a mais amena foi a de Brasília, -0,37%.
Os preços da maioria dos produtos ficaram mais baixos na passagem de junho para julho, com destaque para as reduções da batata-inglesa (-19,07%), do tomate (-8,48%) e das frutas (-4,00%).
Já a alimentação fora de casa teve alta de 0,20% no IPCA-15 de julho, como consequência de variações que foram desde a queda de 0,41% registrada na região metropolitana do Rio de Janeiro até o avanço de 1,10% em Goiânia. No mês, o grupo Alimentação e bebidas teve recuo de 0,55%.
Os preços dos combustíveis voltaram a recuar, como reflexo dos reajustes recentes anunciados pela Petrobrás nas refinarias. A queda foi de 3,16%.
A gasolina passou a custar 2,98% menos, enquanto o litro do etanol ficou 4,81% mais barato. Como consequência, o grupo Transportes registrou a maior queda entre os nove que integram o IPCA-15, com redução de 0,64% em julho.
A taxa só não foi ainda menor porque houve pressão das passagens aéreas, que subiram 5,77%.
Regiões. A queda de preços em julho foi fruto de quedas de preços em todas as regiões pesquisadas, com exceção de Curitiba, onde houve ligeira alta de 0,01%. Os dados foram divulgados há pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado positivo em Curitiba foi decorrente do reajuste de 7,09% nas tarifas de energia elétrica, vigente desde 24 de junho deste ano.
O recuo mais intenso de preços foi na região metropolitana de São Paulo, com deflação de 0,29%, puxada pela queda de 4,22% nos combustíveis. O litro da gasolina ficou 3,85% mais barato na região, enquanto o etanol caiu 5,88%.
Os demais resultados negativos foram: Belo Horizonte (-0,05%), Goiânia (-0,06%), Fortaleza (-0,08%), Rio de Janeiro (-0,13%), Brasília (-0,13%), Recife (-0,18%), Belém (-0,22%), Porto Alegre (-0,24%) e Salvador (-0,25%).
Com informações do jornal O Estado de S.Paulo