O varejo europeu está passando por uma forte crise, que atinge não apenas as lojas físicas, mas online. A varejista Asos, do Reino Unido, anunciou que as vendas do início da temporada de Natal foram muito ruins. As ações da empresa caíram 43%. A companhia é concorrente direta da Amazon. O presidente da Sports Direct International, Mike Ashley, disse que as vendas foram “inacreditavelmente ruins” em novembro.
A Asos reduziu a previsão de crescimento da receita anual para 15%, ao invés da média entre 20% e 25% anteriores. A empresa justificou a mudança com o baixo desempenho das vendas, as incertezas com a economia e a baixa confiança do consumidor com a saída do Reino Unido da União Europeia.
Após a divulgação do baixo desempenho da Asos, as ações de outras empresas do varejo online também caíram. É o caso da Boohoo Group e Zalando, e operadoras de lojas, como Marks & Spencer Group e Next.
Stephen Lienert, analista de crédito da Jefferies, disse: “Pensava-se que as lojas físicas estão morrendo e que o futuro é online, mas essa narrativa foi destruída hoje”.
As redes de lojas de departamento Marks & Spencer e Debenhams também enfrentam uma situação difícil. Em 2014, a Debenhams emitiu títulos no valor de 200 milhões de libras, com vencimento em julho de 2021. Eles no menor valor desde a colocação no mercado.
O impacto foi sentido também pela sueca Hennes & Mauritz, cujas ações caíram 7%. Ela havia divulgado o maior crescimento trimestral das vendas em três anos, mas algumas das razões para isso são o câmbio favorável e o excesso de descontos.
A espanhola Inditex, dona da rede Zara, afirmou que não deseja baixar preços, em meio a uma conjuntura de descontos no setor de vestuário. Para Richard Chamberlain, da RBC Capital Markets, “o aumento das liquidações da Black Friday é negativo para as margens de varejistas de vestuário como a H&M porque fica mais difícil o preço voltar ao normal em dezembro”.
Fonte: Bloomberg
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