Reino Unido: mais de 60% das compras de produtos falsos foram intencionais

A moda, das malas Louis Vuitton e Hermés às camisetas esbranquiçadas e sapatos Chanel, voltou a liderar a lista de alguns dos tipos de produtos mais falsificados e adquiridos por consumidores. É o que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), sediada em Paris, revela em um novo relatório que lança luz sobre a magnitude e a escala do comércio falsificado no Reino Unido.

Somente em 2016, a OCDE revelou em seu relatório “Comércio de produtos falsificados e a economia do Reino Unido” que US$ 17,6 bilhões em mercadorias falsificadas (ou de outra forma em violação) foram importadas para o Reino Unido, principalmente da China. Desse total, roupas e acessórios falsos representaram US$ 3,11 bilhões em mercadorias – um total com base no que as mercadorias falsificadas individuais seriam vendidas se fossem autênticas. As vendas de relógios e joias falsificados ou violados, como os relógios Rolex e a prata Tiffany & Co., totalizaram quase US$ 2 bilhões do total de quase US$ 20 bilhões.

Os mais falsificados
Quanto às falsificações que visam especificamente as marcas britânicas (em oposição a artigos de luxo de lojas de moda francesas, por exemplo, ou relojoeiros suíços), a OCDE constatou novamente que roupas e acessórios estavam entre os dominantes. Ainda haviam peças de veículos, peças elétricas eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos e de telecomunicações e produtos farmacêuticos.

“Como uma porcentagem do comércio total, roupas, calçados, artigos de couro e artigos relacionados, além de perfumes e cosméticos, estavam entre os produtos britânicos mais falsificados em todo o mundo”, descobriu a organização global de políticas.

Os dados específicos de moda da OCDE refletem os dados da International Trademark Association (ITA). Recentemente, ela descobriu que os produtos falsificados mais comumente comprados entre os Gen-Zers nos EUA e na China são vestuário, calçados e acessórios, com 73% dos consumidores americanos pesquisados. Essas compras, segundo apontou o estudo, são motivadas (pelo menos em parte) pelo fato de os consumidores “sentirem que não podem pagar o estilo de vida que desejam”.

Em 2016, no Reino Unido, o volume total de vendas perdidas para atacadistas e varejistas britânicos devido a produtos falsificados, pirateados e contrabandeados para o país foi de US$ 11,9 bilhões, contra US$ 5,43 bilhões em 2013. O diretor de governança pública da OCDE, Marcos Bonturi, diz que “isso mostra claramente a necessidade de vigilância contínua e o fortalecimento de medidas para combater o comércio ilícito no Reino Unido e no exterior”.

Compra intencional
Uma das conclusões mais impressionantes do relatório da OCDE vai além da escala da economia falsa, de vários bilhões de dólares, até as intenções dos consumidores. Curiosamente, apesar da sofisticação crescente de produtos de luxo falsos e dos métodos em evolução usados ​​para vendê-los e transportá-los, o que tornou gradualmente mais difícil distinguir entre produtos autênticos e não autênticos, a OCDE descobriu que a maior parte das compras de moda e falsificações específicas de luxo não ocorreram por acaso.

Em vez disso, mais de 60% das compras de itens de moda falsificados no Reino Unido foram feitas intencionalmente por consumidores que sabiam que estavam comprando produtos falsificados.

Olhando para a venda de itens de moda – incluindo roupas, calçados, artigos de couro e bolsas – que violavam as marcas registradas de marcas britânicas, mas ocorriam fora do Reino Unido, a OCDE descobriu que quase 65% dos produtos eram abertamente apresentados como falsificações aos consumidores e adquiridos nessa base.

Provavelmente, um número pequeno dessas vendas ocorreu em plataformas de mídia social, como o Instagram, que foi infiltrado com anúncios de produtos infratores e falsificados e contas dedicadas exclusivamente à venda de falsificações, de acordo com um relatório da empresa de análise de dados Ghost Data.

Com informação do portal E-commerce Brasil
* Imagem reprodução

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