Dados do primeiro trimestre de 2020, apresentados pela Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF), mostram uma alteração no mix de produtos resgatados, com o aumento da procura por resgate de produtos nos programas de fidelidade das empresas associadas à entidade.
Os participantes trocaram 54 bilhões de pontos/milhas nos primeiros três meses do ano, e 30,9% desse total foram para o resgate de produtos – o maior nível já registrado pelo histórico de indicadores da associação. As passagens aéreas continuam sendo as preferidas dos participantes e foram o destino dos outros 69,1%. O percentual chegava perto dos 80% em trimestres anteriores.
Para o presidente da ABEMF, João Pedro Paro Neto, o número já demonstra algum impacto do cenário atual, com efeitos da pandemia. “Com o menor movimento no mercado aéreo, era esperado que os participantes passassem a olhar para outras opções de troca de seus pontos/milhas. Os programas de fidelidade vêm há algum tempo diversificando suas opções de resgate e, hoje, estão preparados para isso. Apesar do crescimento do varejo, o resgate de passagens não parou. As empresas estão tomando providências e realizando promoções para que os consumidores possam continuar resgatando seus bilhetes e programem viagens a médio e longo prazo”, explica.
Os programas de fidelidade ganharam 1,8 mil novos cadastros no período, passando a um total de 149 milhões de inscrições. E as empresas faturaram R$ 1,8 bilhão, valor 2,7% maior do que o registrado no mesmo trimestre do ano anterior. O volume de pontos/milhas emitido no primeiro trimestre recuou 1,27% na comparação com o mesmo período de 2019, totalizando 71,6 bilhões. Algumas variáveis como a alta do dólar, menor número de promoções de pontos bonificados e os impactos iniciais da pandemia, a partir de março, repercutiram no resultado.
No total resgatado, também houve queda, de 12,4%, frente ao mesmo trimestre do ano anterior. “A desaceleração do setor aéreo pode ser uma das razões para essa queda, uma vez que as passagens continuam sendo as preferidas dos participantes e muitos podem ter optado por esperar pelo resgate em outro momento, quando puderem viajar”, afirma o presidente da associação.
A taxa de breakage, que mede o percentual de pontos/milhas expirados, ficou praticamente estável, em 15%, o que demonstra que os consumidores ainda seguem atentos ao prazo de validade de seus pontos/milhas.
“As empresas de fidelidade estão tomando uma série de medidas, empenhadas em continuar oferecendo oportunidades para que as pessoas aproveitem os benefícios dos programas de acordo com o novo momento que vivem, mesmo com as restrições impostas pela pandemia”, conclui o presidente da ABEMF.
*Os indicadores são referentes às empresas associadas: Dotz, GPA, LTM, LatamPass, Smiles e TudoAzul. Algumas associadas, principalmente as que entraram recentemente na ABEMF, ainda não têm seus números contemplados nos indicadores da associação.
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