A Unitah assumiu em abril deste ano a concessão de 13 terminais de ônibus integrados a estações das linhas azul e vermelha do metrô de São Paulo, e será responsável por redefinir sua estrutura e por sua manutenção. Todos os terminais, onde circulam diariamente mais de 1 milhão de pessoas, terão a partir de agora uma oferta diferenciada de lojas de alimentação, serviços e varejo, e alguns terão também novos edifícios. A área bruta locável (ABL) poderá chegar a 212,997 mil metros quadrados.
Dos 13 terminais, 7 serão edificáveis, podendo futuramente abrigar shopping centers, academias de ginástica, hospitais, prédios comerciais e residenciais, entre outros. De acordo com o contrato da concessão, a área edificável mínima é de 11,2 mil metros quadrados em quatro anos, 43,6 mil metros quadrados em sete anos, e 84,1 mil metros quadrados em dez anos.
O projeto se espelhou em modelos vistos em outras metrópoles do mundo, em que os empreendimentos ligados ao transporte público passaram a ser uma opção de lazer e acesso a produtos e serviços para toda a sociedade.
Em entrevista exclusiva ao portal Mercado & Consumo, Luiz Fernando Ferraz Bueno, presidente da Unita, discute perspectivas para o negócio – mesmo em meio à pandemia:
Mercado & Consumo – Qual foi a estratégia de escolha dos terminais? E por que começar por São Paulo?
Luiz Fernando – São Paulo é uma cidade desafiadora e que tem importância estratégica no país em discussões de mobilidade e qualidade de vida. Dar início a este projeto inovador em São Paulo é estar presente em uma grande vitrine.
A Unitah Empreendimentos, consórcio formado pela RZK Empreendimentos, PPX e RWG, venceu a licitação para explorar comercialmente os espaços de 13 terminais de ônibus integrados às linhas azul e vermelha do metrô. O Praça Unitah vai redefinir todo o layout e estrutura dos terminais e ficar responsável pela sua manutenção, limpeza e segurança, transformando esses espaços não apenas em local de passagem para quem utiliza o transporte público, mas também um centro de compras, serviços e facilidades no dia a dia da população.
O projeto vai proporcionar uma economia ao Metrô de São Paulo de R$ 22 milhões por ano, valor que seria gasto com a conservação e manutenção dos terminais. O Metrô, além de já ter recebido R$ 11 milhões pela outorga, também vai passar a receber uma remuneração mensal de 8% sobre cada receita obtida pelo empreendimento. A partir do quinto ano de contrato, a Unitah pagará, mensalmente, 8% da receita ou R$ 855 mil, o valor que for maior.
Mercado & Consumo – Qual foi o impacto da crise causada pela Covid-19 nos planos da empresa?
Luiz Fernando – Nosso cronograma de obras foi alterado para respeitar todos os protocolos de prevenção, mas elas não foram interrompidas. O primeiro terminal a ser entregue será o Tatuapé Sul, neste mês de julho.
Nesta pandemia, o transporte público não parou em nenhum momento e tem importância vital para permitir o deslocamento de pessoas que trabalham em setores essenciais da economia.
Mercado & Consumo – Quais são os principais serviços oferecidos ao público que irá frequentar os terminais?
Luiz Fernando – O projeto se espelhou em modelos bem sucedidos em outras metrópoles do mundo em que os empreendimentos ligados ao transporte público passaram a ser uma opção de lazer e acesso a produtos e serviços para toda a sociedade. Nos 13 terminais, teremos um mix diferenciado de lojas de diversos setores, como alimentação, serviços e varejo em geral. Além disso, acesso a wi-fi gratuito, segurança privada, espaços revitalizados e lounges para uma melhor integração entre as pessoas.
Alguns dos terminais que estão sob nossa responsabilidade são edificáveis, isso significa que poderemos construir consultórios médicos, academias, escolas, residências estudantis, entre outros serviços que trarão mais praticidade a vida de milhões de pessoas na cidade de São Paulo.
Mercado & Consumo – Existe a previsão de mais terminais serem incorporados?
Luiz Fernando – Por enquanto, são 13 terminais integrados às estações das linhas azul e vermelha. Acreditamos no potencial e no sucesso do projeto, que ao se confirmar, naturalmente, deverá será levado a outras localidades.
Mercado & Consumo – Por que apenas terminais interligados com metrôs estão nos planos?
Luiz Fernando – São terminais que funcionam como com hub de integração entre passageiros de ônibus, metrô e em alguns casos estações de trem da CPTM. São locais espaçosos e com grande potencial de melhorias.
Mercado & Consumo – Como fica o faturamento dos lojistas e expectativas de faturamento em meio a pandemia?
Luiz Fernando – Para o lojista, o grande atrativo é estar presente em um local de grande fluxo de pessoas e que não teve sua atividade interrompida nesta pandemia. Diferentemente de outros espaços comerciais, o Praça Unitah está integrado ao metrô que hoje já tem um fluxo médio de 1 milhão e meio pessoas ao dia apenas nestes 13 terminais.
Mercado & Consumo – Como a Unitah encara a questão ligada ao o barulho e a poluição dos ônibus? A poluição sonora, visual e do ar preocupam o negócio de vocês?
Luiz Fernando – O Praça Unitah quer transformar os terminais em espaços de convivência e, para isso, o bem-estar das pessoas é fundamental. Todo o layout e a estrutura do projeto levam em conta a redução desses impactos para que a atividade comercial seja integrada ao ambiente dos terminais.
– A maioria das lojas serão ocupadas por pequenos empreendedores, mas há grandes varejistas previstos ou interessados?
Luiz Fernando – Sim. Os formatos dos boxes e lojas atraem pequenos e médios empreendedores, mas teremos grandes varejistas ancorando o projeto. Serão criadas áreas comerciais que totalizam mais de 14 mil m² e 1.410 espaços disponíveis para locação – representando também ótima oportunidade de investimento para redes de franquias e grandes empreendedores.
Em 7 dos 13 terminais, estão previstas construções de hospitais, shopping centers, academias de ginástica, laboratórios, escolas, prédios comerciais e residenciais e consultórios médicos.
* Imagem divulgação