O presidente do Google no Brasil, Fabio Coelho, disse ontem (14), durante sua participação no Global Retail Show, evento de varejo e consumo online, que espera uma Black Friday melhor do que em anos anteriores a despeito da pandemia da Covid-19.
“Vai ter um pico enorme. Tem um ambiente muito mais preparado e usuários mais informados. Hoje tem mais categorias que antes nem sonhávamos [no e-commerce]. Essa combinação faz com que a gente acredite que a Black Friday vai ser ainda melhor do que as edições dos anos anteriores”, disse o executivo ao exibir gráficos que mostram o índice de buscas em patamares acima dos registrados em uma das principais datas de vendas do calendário do varejo.
“Com a pandemia, a procura por algumas categorias caiu de 80% a 90%”, disse ele, referindo-se ao movimento detectado no início da crise em relação às buscas por atividades externas como idas a bares, restaurantes e turismo.
O presidente do gigante de buscas comentou, ainda, o aumento nas compras online durante a pandemia. “Mesmo com a reabertura das lojas, mais de um terço das pessoas segue usando o ambiente digital como canal principal”, disse Coelho, acrescentando que isso torna essa uma alternativa fundamental, inclusive para pequenos varejistas que não têm condições de chegar ao “estado da arte”.
Um reflexo disso, segundo o CEO, é que em todo o mundo há uma relação menos prazerosa de compra nas lojas físicas. De acordo com pesquisa mencionada pelo executivo, 70% das pessoas passam menos tempo nas lojas e 62% revelaram ter medo de tocar nos produtos. Metade delas acha mais estressante comprar em lojas físicas e 42% admite nervosismo ao frequentar prontos de venda presenciais. Isso leva a uma situação em que 56% das pessoas afirmam gostar de pesquisar nos canais digitais, em seus processos de compra.
Fabio Coelho destacou que os estudos do Google apontam três itens como mais valorizados pelo consumidor brasileiro em suas buscas. Em primeiro estão as promoções. “A gente tem um brasileiro com menos dinheiro. Isso é uma realidade”, explicou.
Outra tendência é a evolução de busca por frete grátis, especialmente entre os compradores de tíquete médio menor. “É importante também levar em conta não apenas o frete grátis, mas a rapidez da entrega.”
Coelho destacou que, em apenas alguns meses, o brasileiro fez uma transformação digital que, em outros países, demoraria anos. “Nossa mensagem de reconhecimento é o esforço do varejista brasileiro e a sua adaptabilidade.”
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