O Pix, plataforma de pagamentos instantâneos desenvolvida pelo Banco Central (BC), começa a funcionar em todo o Brasil nesta segunda-feira (16), depois de passar por uma fase de testes no começo de novembro. No total, 762 instituições financeiras foram cadastradas pelo BC para atuar com o novo meio de pagamento.
O principal diferencial do Pix é a rapidez com que as operações, como transferências e pagamentos, poderão ser feitas: o prazo máximo previsto é de dez segundos. Até disso, o sistema vai funcionar 24 horas, em todos os dias do ano, inclusive finais de semana e feriados.
Segundo o Banco Central, os produtores de bens, varejistas e prestadores de serviços têm muito a se beneficiar com o Pix. Não haverá mais necessidade de esperar o próximo dia útil ou a próxima janela de horário, por exemplo, para receber um pagamento. Os custos são menores e há facilidade na integração com os softwares de automação e na conciliação de pagamentos.
Na prática, para o varejo, o Pix terá o mesmo efeito do pagamento em espécie: o dinheiro chegará na mão do comerciante na hora – não no caixa da loja, mas na conta da empresa. Isso tende a diminuir os riscos de roubo e a necessidade de se preocupar com troco, por exemplo.
Estoque e logística
O novo sistema tem vantagens, também, para o comércio eletrônico. Como a confirmação do pagamento é efetuada em poucos segundos, será possível acelerar o processo de envio da mercadoria, facilitando a gestão do estoque e logística.
Segundo cálculos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o uso de dinheiro em espécie em transações comerciais totalizam cerca de R$ 10 bilhões por ano somente de custo de logística. “A economia tende a ganhar mais velocidade e ritmo, já que recursos entram e saem das contas de forma instantânea, podendo estimular mais investimentos e ganhos ao comércio. Há um grande potencial para auxiliar a economia num momento em que é importante a retomada do crescimento econômico”, avalia Isaac Sidney, presidente da Febraban.
Além disso, para ele, o Pix poderá transformar-se em uma poderosa ferramenta para impulsionar a bancarização no País, trazendo novos clientes para o sistema financeiro. “O acesso a serviços financeiros constitui um passo crucial para a inclusão social e para o combate à desigualdade no País”, diz Isaac Sidney.
Pix Cobrança x boletos
Nas últimas semanas, o BC também aprovou novas funcionalidades para ampliar os casos de uso do Pix, como o Pix Cobrança, que tende a substituir o boleto. Com ele, os lojistas, fornecedores, prestadores de serviço e demais empreendedores poderão emitir um QR Code para realizar pagamentos imediatos, em pontos de venda ou no comércio eletrônico, por exemplo, ou cobranças com vencimento em data futura.
A Febraban afirma que as instituições associadas estão preparadas para o lançamento. Segundo a Febraban,o funcionamento do sistema no período de testes mostrou-se eficiente, com volumes significativos de transações. Desde o dia 3, início da fase de testes (intitulado soft opening), até a última quinta-feira (12), foram feitas 826 mil transações, totalizando cerca de R$ 325 milhões.
“Estivemos em constante processo de preparação juntamente com o Banco Central e os bancos estão bem preparados para dar vazão ao início das transações do Pix, bem como para corrigir eventuais problemas pontuais que possam ocorrer, o que é natural em qualquer grande processo de inovação tecnológica”, afirma Isaac Sidney.
O Banco Central lançou um portal para esclarecer dúvidas sobre com um setor especial chamado de “negócios” e que é dedicado a produtores de bens, varejistas e prestadores de serviços. O novo portal também traz links com informações das legislações relacionadas ao sistema.
Imagem: Bigstock / Arte: Banco Central