O perfil de alimentação dos trabalhadores sofreu mudanças no período de pandemia, de acordo com levantamento realizado pela Ticket, marca de benefícios de refeição e alimentação da Edenred Brasil. O levantamento registra as preferências dos 7 milhões de usuários de benefícios da Ticket.
No cenário nacional geral, as cozinhas favoritas dos trabalhadores são as de comida brasileira – representada pelos restaurantes de comida popular, como arroz, feijão, carne, salada, e que concentra os estabelecimentos que comercializam comida a quilo ou o famoso prato feito.
Destaca-se, ainda, a de padaria – que também inclui a venda de pratos feitos e buffet para comida por quilo, além de outros tipos de alimentos prontos para consumo. Elas se intercalam nas duas primeiras posições ao longo de todo o período analisado. Em seguida, estão lanchonetes, fast-food, pizzarias, carne, cafés e doces e japonesa.
O principal movimento percebido entre abril e setembro foi a queda do consumo de preparações à base de carnes. Em abril, este tipo de culinária ocupava a quarta posição na preferência nacional, mas chegou a setembro em sexto lugar, depois de ter passado os meses de maio a agosto na oitava posição.
Outro destaque esteve na comida japonesa, que, depois de ter ganhado duas posições, subindo do 8º lugar, em abril, para o 6º, de junho a agosto, em setembro voltou para o ponto de origem.
A comida brasileira, favorita em abril, perdeu espaço entre maio e agosto para a de padaria. Depois de quatro meses na segunda posição, recuperou a liderança em setembro, período que reflete o início da retomada das atividades das empresas em seus escritórios.
Bairros residenciais
As movimentações refletem, principalmente, modificações associadas ao momento de isolamento social, com a adoção do home office e a necessidade de buscar alternativas de restaurantes localizados nos bairros residenciais.
“Comemoramos em outubro o Dia Mundial da Alimentação, uma data de grande relevância, pois a boa nutrição é um fator fundamental para a manutenção e preservação da saúde. Ao observar o comportamento com relação às preferências alimentares do trabalhador, apresentado por esse levantamento, fica ainda mais evidente o quanto é importante discutir e reforçar esse aspecto com as pessoas”, avalia Felipe Gomes, Diretor-Geral da Ticket.
O levantamento apresenta, ainda, a distribuição das preferências no mês de setembro considerando aspectos como idade e sexo dos consumidores.
Os Estados do Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Maranhão são os únicos que incluem o consumo de carne entre as três primeiras posições na preferência dos trabalhadores. O Centro-Oeste responde por cerca de 34% da produção nacional de gado, o que pode estar associado à preferência, especialmente considerando a facilidade de transporte do produto para os estados vizinhos. Quando consideramos o Top 10, apenas a Paraíba não traz restaurantes com foco em preparações à base de carne entre suas preferências.
Para os trabalhadores na faixa dos 30 anos, a preferência foi pela comida brasileira, seguida de padaria e lanchonetes. Entre os que possuem mais de 40 ano, o favoritismo está na padaria, seguida da comida brasileira e das preparações de lanchonetes.
Já entre o público mais jovem, de trabalhadores com até 29 anos, o fast-food desponta em primeiro lugar, seguido por lanchonetes e comida brasileira.
“A preferência por comidas menos saudáveis pelos trabalhadores mais jovens é uma constatação do levantamento e demanda uma atenção e acompanhamento para esse tema. É preciso orientar continuamente e estimular a adoção de uma alimentação rica em nutrientes, pois uma boa rotina, no que diz respeito à refeição, é fundamental para a melhora de indicadores pessoais e coletivos de saúde e longevidade”, ressalta Gomes.
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