Os programas de fidelidade voltaram a registrar altos índices de crescimento no terceiro trimestre de 2020, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF). Dados da entidade apontam que os brasileiros acumularam 55,2 bilhões de pontos ou milhas de julho a setembro deste ano, o que representa um crescimento de 31,6% na comparação com os três meses anteriores, quando o País enfrentava restrições mais rígidas em decorrência da pandemia. Desses, 97,2% foram acumulados em compras no varejo, na indústria e no uso dos cartões de crédito.
A quantidade de pontos ou milhas resgatados no período também cresceu. Foram 41,4 bilhões, o que significa um aumento de 57,9% sobre o trimestre anterior. Desse total, 53,7% foram destinados à troca por passagens aéreas, demonstrando o retorno da preferência do consumidor por viagens no momento de resgatar seus pontos ou milhas.
Para o presidente da ABEMF, João Pedro Paro Neto, a pandemia mudou hábitos de consumo, desacelerou setores, como o aéreo, e no segundo trimestre do ano a quase totalidade dos pontos foram trocados por produtos do varejo. “Com a retomada da economia, principalmente do setor de turismo, muitos participantes de programas de fidelidade voltaram a optar pelos bilhetes aéreos no terceiro trimestre, o que já era esperado”, explica. Apesar das mudanças, o resgate de passagens aéreas ainda não voltou ao mesmo patamar pré-pandemia, quando de 70% a 80% dos pontos ou milhas eram destinados a elas.
Menos pontos expirados
Outros indicadores demonstram a retomada do segmento no País. O faturamento das empresas associadas à ABEMF avançou 22,9% na comparação com o trimestre anterior, alcançando R$ 1,12 bilhão. O número de cadastros nos programas chegou a 152,4 milhões, um aumento 4,6%. E a taxa de breakage, que mede o percentual de pontos ou milhas que os consumidores deixaram expirar, foi a menor da série histórica da associação, de 12,2% no terceiro trimestre, representando uma queda de 6,2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e de 5,2 pontos na comparação com o mesmo período de 2019.
Segundo João Pedro Paro Neto, essa baixa no breakage pode ser mais um indicativo de que os brasileiros estão cada vez mais atentos aos programas de fidelidade, aprendendo a usufruir de todos os benefícios que eles oferecem.
“É, também, um reflexo das muitas ações das empresas do setor para aumentar o engajamento do consumidor durante a pandemia, como o aumento de prazo de expiração dos pontos ou milhas”, afirma. “A intenção dos programas não é aumentar receita com o saldo expirado, mas possibilitar que os participantes realmente efetuem as trocas. Desta forma, eles enxergam mais valor no seu programa de fidelidade e viabilizam o desenvolvimento de todo o mercado.”
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