Os aspectos que envolvem a segurança pessoal dos consumidores para evitar contágio pela Covid-19, seja na retomada do consumo nas lojas físicas, seja no recebimento dos produtos adquiridos no comércio eletrônico, passaram a ser uma das prioridades para 40% dos consumidores brasileiros. É o que mostra o estudo “Consumidores e a nova realidade”, produzido pela KPMG.
Mais de 70 mil pessoas foram ouvidas no Brasil, Austrália, Alemanha, Canadá, China, Estado Unidos, Espanha, França, Hong Kong, Itália, Japão e Reino Unido, em um período de cinco meses, com foco no setor de consumo e varejo. Os resultados mostram que a segurança, agora, faz parte dos três principais critérios – que incluem ainda o custo-benefício (68%) e a facilidade de compra (40%).
Segundo o levantamento, os consumidores estão mais propensos a evitar interações externas com o comércio e há uma previsão de queda nas compras de artigos não essenciais de até 34% devido à pandemia. Além disso, o gasto líquido com todas as categorias de comércio entre seis e 12 meses será de 22% menor em relação ao período pré-Covid-19. Globalmente, a pesquisa aponta que 21% dos consumidores desejam ficar em casa o máximo possível, impactando a retomada das vendas nas lojas físicas.
“A pesquisa mostrou que a pandemia mudou as prioridades dos consumidores, que passaram a incluir a segurança como um dos principais fatores, o que não era percebido antes desse período. Com isso, eles estão mais cautelosos e propensos a priorizarem a segurança, dando preferência para locação de um espaço para passarem as férias do que realizarem uma viagem de turismo tradicional”, explica o sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e América do Sul, Fernando Gambôa.
Segundo ele, o mesmo cenário é visto em relação às refeições: os consumidores têm optado por capricharem mais nas refeições em casa, consumindo produtos diferenciados e redescobrindo o prazer de cozinhar, retardando a volta presencial aos restaurantes. “Neste contexto, as empresas precisarão se concentrar em entender estas alterações, por mais que algumas possam ser até consideradas momentâneas, para poderem criar experiências que despertem o interesse dos consumidores, bem como continuar investindo em protocolos e medidas que visem garantir a segurança dos clientes no retorno aos espaços físicos.”
O estudo também indicou um recuo na questão da confiança dos consumidores com as marcas, visto principalmente na Europa. Neste mercado, os principais setores que tiveram a credibilidade questionada durante a pandemia foram o varejo alimentício e o não alimentício, com 10% e 8% de queda na confiança, respectivamente. Segundo o levantamento, isso ocorre por causa de um relaxamento das medidas de segurança que foram implementadas no começo da pandemia, fato que deve ser revertido no curto prazo.
Para o sócio da KPMG, esses segmentos não podem baixar a guarda: “O varejista precisa demonstrar que está preocupado com a segurança dos consumidores. Dessa forma, deve-se seguir com as medidas de proteção e segurança, divulgando seus protocolos e suas ações positivas de enfrentamento à Covid-19 para seguir contando com a confiança dos clientes”, complementa.
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