O programa de trainee desenvolvido pelo Magalu para pessoas negras, iniciado em 2020, rendeu um documentário. O filme “Legado” retrata a trajetória dos 19 jovens selecionados entre mais de 22 mil candidatos que, em novembro, após dez meses de treinamento, vão assumir postos de trabalho em diversas áreas da companhia.
“Queríamos contar essa história da forma mais humana e transparente possível”, diz a gerente de reputação e sustentabilidade do Magalu, Ana Luiza Herzog. “O documentário expõe a polêmica gerada pela decisão do Magalu, o longo processo de seleção e, mais importante, as percepções e emoções dos protagonistas, os 19 trainees escolhidos.”
“Legado” foi produzido ao longo de 11 meses e mostra o processo em suas várias etapas: do anúncio do programa à revelação dos escolhidos, das entrevistas ao início do trabalho dos trainees na empresa.
Para a produção do documentário, o Magalu deu prioridade ao trabalho de profissionais negros, entre eles, o diretor Alex Buck. “Me sinto pessoalmente gratificado, por, além de inserir profissionais negros na equipe técnica, também presenciar jovens negros e negras em um espaço que privilegia o desenvolvimento de sua potência criativa e intelectual”, afirma Buck. “Quando um jovem negro ascende, ele ou ela leva consigo os sonhos e desejos que não puderam ser realizados por seus antepassados e abre caminhos de ascensão para seus descendentes.”
A produção do documentário é da Na Lata Filmes. O material está disponível no YouTube da companhia (clique aqui).
Empresas abraçando causas
Em entrevista recente à Mercado&Consumo, Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magalu, falou sobre a necessidade de as empresas abraçarem causas – como fez o Magazine quando criou o programa de trainee exclusivo para pessoas negras.
“Depois do ESG, quem não entrar nessas causas não tem mais valor no mercado. Ele chegou no mercado financeiro, agora não é questão de opção mais. Então, quando eu estou com as diretoras de RH, ou com as gerentes de RH, eu falo para elas: a coisa mais importante é saber que a gente mudou de ciclo. Chegou o momento de mulheres, de diversidade, de negros, e a pandemia também acelerou isso. É sobrevivência, minha gente. Não é mais questão de optar. Senão você não fica mais no jogo. A gente tem de trabalhar com a indústria, com o descarte, ver onde podemos ajudar, porque se não pensar a sua empresa vai ficar fora do mercado, ou vai valer 50% a menos do que ela poderia valer. O consumidor não aceita mais, e o mercado investidor vai atrás do que o consumidor quer”, disse.
Programa de trainee 2022
Nesta terça-feira (21), o Magalu abriu as inscrições para o próximo programa de trainee, que será novamente para candidatos pretos e pardos. “Nossa intenção é que tanto o quadro geral de colaboradores quanto o de liderança da companhia reflitam a composição racial do país, e um único programa exclusivo para negros não seria suficiente para atingirmos o objetivo”, afirma Patricia Pugas, diretora-executiva de gestão de pessoas do Magalu.
O programa aceitará candidatos formados entre dezembro de 2018 e dezembro de 2021, em qualquer curso superior. Fluência em língua inglesa e experiência profissional anterior não fazem parte dos pré-requisitos para a seleção. A idade e instituição de ensino dos candidatos não são critérios avaliados pelos recrutadores. Pessoas de todo o País podem participar, desde que tenham disponibilidade para se mudar para São Paulo, onde fica a sede da companhia. O selecionado de fora da cidade receberá auxílio mudança.
Imagens: Divulgação