A japonesa Toshiba informou nesta sexta-feira (12) que planeja se dividir em três companhias, até março de 2024, como resposta à pressão de acionistas por uma estrutura mais focada. A estratégia é similar à adotada pelo conglomerado industrial General Electric (GE).
A Toshiba tem enfrentado uma série de crises nos últimos seis anos e meio, inclusive relatos neste ano de pressão indevida de acionistas estrangeiros e a demissão do presidente do conselho. Uma das três unidades se concentrará em infraestrutura, outra em componentes eletrônicos, como semicondutores, e a terceira, que manterá o nome Toshiba, gerenciará a participação da empresa na Kioxia Holdings, entre outros ativos, informou a empresa.
A decisão pode não agradar totalmente os investidores estrangeiros. Alguns deles desejam que a Toshiba seja vendida para uma empresa de private equity, que provavelmente adotaria medidas mais agressivas para repartir o conglomerado.
Separação da GE
Na última terça-feira (9), a General Electric informou que irá se dividir entre três companhias diferentes focadas nos setores de aviação, energia e cuidados de saúde. De acordo com a empresa, todas as novas companhias terão capital aberto e deixarão os negócios da GE “mais bem posicionados para entregar crescimento de longo prazo e criar valor para clientes, investidores e funcionários”.
A divisão ocorrerá por meio da separação da unidade de saúde da GE em processo livre de impostos, enquanto os setores de tecnologias digitais, energia e energia renovável serão combinados em um único negócio.
Após essas transações, a General Electric será uma empresa com foco em aviação, de acordo com a companhia.
A divisão do setor de saúde da GE deverá ocorrer no começo de 2023, e a expectativa é que a GE mantenha uma participação equivalente a 19,9%. Enquanto a criação da companhia focada em energia acontecerá no início do ano seguinte, segundo informou a empresa.
Divisão também na J&J
O executivo-chefe da Johnson & Johnson (J&J), Alex Gorksy, afirmou ao Wall Street Journal que a empresa planeja se dividir em duas, separando o grupo voltado a bens de consumo e o de medicamentos e equipamentos médicos. A empresa confirmou o fato em comunicado publicado no início desta sexta-feira (12). Após a notícia, a ação subia 2,74% no pré-mercado em Nova York, às 10h08 (pelo horário de Brasília).
A J&J separará seus negócios no setor de consumo em 18 a 24 meses, afirmou Gorksy, diante de mudanças entre seus clientes e mercados do restante do negócio nos últimos anos, inclusive durante a pandemia da covid-19. O executivo-chefe disse que a intenção é conduzir a separação sem gerar impostos a pagar, embora detalhes da operação tenham ainda de ser fechados.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires)
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