Uma retomada crescente do consumo nas principais praças nacionais após a pandemia. Assim pode ser resumido o cenário indicado por um novo trabalho da empresa de inteligência geográfica Geofusion, realizado nas oito cidades mais populosas do Brasil : São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Curitiba e Manaus.
Com foco em três categorias de consumo (higiene e cuidados pessoais; vestuário; e joias e bijuterias), o trabalho revelou que o setor de vestuário vem demonstrando capacidade de recuperação consistente. Após amargar um dos piores resultados em 2020, o setor agora exibe crescimento equilibrado na intenção de compras nas cidades pesquisadas, com expectativa de saltar de R$ 49,7 bilhões em 2020 para R$ 82,8 bilhões em 2021.
A classe A tradicionalmente é a que mais consome esses produtos. Mas o trabalho mostrou que a participação dessa parcela da população no faturamento do setor de vestuário varia de acordo com a região. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília são as cidades em que a classe A mais consome esses produtos, com parcela de respectivamente 40%, 41% e 56% das vendas totais. Já em Manaus, essa faixa de rende responde por 8% do faturamento do setor de vestuário, contra 22% em Salvador; 24% em Fortaleza; 25% em Belo Horizonte e 33% em Curitiba.
A categoria de joias e bijuterias também demonstra resultado positivo. A recuperação registrada é superior a 50% em algumas cidades, saindo de R$ 5,4 bilhões no passado, para R$ 8,1 bilhões em 2021. São Paulo, Curitiba e Salvador tiveram aumento de consumo de 51%. A classe A é a que mais consome esses itens, e as cidades com maior concentração dessas compras pelos mais ricos são Brasília (71%), São Paulo (67%) e Rio de Janeiro (56%).
Pouco afetado pela pandemia
Por sua vez, o consumo de produtos de higiene e cuidados pessoais subiu 6% segundo a pesquisa, com faturamento passando de R$ 145,3 bilhões para R$ 122,60 bilhões. O aumento dessa categoria variou de acordo com as capitais pesquisadas. Em Belo Horizonte, Fortaleza e Brasília, ele foi 19%. Já em São Paulo, Manaus, Curitiba, Salvador e Rio, cravou 18%.
Susana Figoli, diretora de Inteligência de Mercado na Geofusion, afirma que o consumo de higiene e cuidados pessoais não parou de crescer desde 2018 e pouco foi afetado pela pandemia, enquanto o de vestuário sofreu um forte tombo em 2020, embora hoje sua recuperação esteja vigorosa, voltando ao que era em 2018. “Já o consumo de joias e bijuterias surpreendeu, caindo quatro vezes menos que o potencial de vestuário (2020×2019) e ostentando agora tem um forte crescimento, com volume 42% superior a 2018”, diz Susana.
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