O recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que concede ao TikTok 75 dias adicionais antes da proibição da plataforma no país. Em coletiva de imprensa no Salão Oval, Trump disse que o melhor para o aplicativo seria aceitar uma oferta de compra de 50% do controle, pois a rede social “não vale nada se eu não aprovar”.
Em uma postagem na rede Truth Social, Trump disse que “gostaria que os Estados Unidos tivessem uma posição de 50% da propriedade em uma joint venture”, mas não ficou claro se ele estava se referindo ao governo ou a uma empresa americana.
“Fazendo isso, nós salvamos o TikTok, mantemos nas mãos certas e permitimos que continue,” escreveu Trump. “Sem a aprovação dos EUA, não há TikTok. Com nossa aprovação, vale centenas de bilhões de dólares – talvez trilhões.”
Entre outras ordem executivas assinadas, o presidente criou oficialmente o Departamento de Eficiência do Governo (Doge, na sigla em inglês), declarou emergência energética, como prometido no discurso de posse, e assinou uma ordem para retirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O CEO da plataforma de vídeos, Shou Zi Chew, esteve presente na cerimônia de posse de Donald Trump. O evento aconteceu nesta segunda-feira, 20, e contou com chefões de big techs.
A China indicou que está disposta a colaborar com Donald Trump para manter o TikTok operando nos Estados Unidos, após uma mudança de postura do governo chinês, que agora permite que empresas decidam sobre operações e aquisições. A posição foi uma resposta à proposta de Trump de dividir o controle do aplicativo pela metade entre os EUA e a China.
O fundador do TikTok, Zhang Yiming, tem apoio de Elon Musk, que se opõe à proibição do aplicativo e possui boas relações com autoridades chinesas. Musk e Zhang, que se conectaram após o Congresso dos EUA ameaçar banir o TikTok, discutiram soluções para a situação.
A lei de proibição do TikTok foi aprovada em abril de 2024, mas Zhang tenta evitar a impressão de que segue as direções de Pequim.
Segundo pessoas próximas a ele, Zhang se distanciou de autoridades chinesas e, embora tenha participação majoritária na ByteDance, não é membro do Partido Comunista Chinês.
Anteriormente, autoridades chinesas já discutiram a possibilidade de permitir investidores americanos, como Musk, nas operações do TikTok nos EUA.
Com informações de Estadão Conteúdo (Thais Porsch).
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