Indicador de adequação dos estoques do comércio paulistano, o Índice de Estoques (IE) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) caiu 1,5% em março em comparação a fevereiro. O índice recuou para 106,7 pontos, marcando a segunda queda consecutiva.
Comparativamente a março de 2024, o IE registrou queda de 6,9%. É a menor pontuação desde junho de 2021, segundo a entidade. O índice é elaborado mensalmente pela FecomercioSP e a escala de pontuação varia de 0 (inadequação total) a 200 pontos (adequação total).
A leitura da trajetória do índice confirma uma queda que se estende desde novembro. Em janeiro, houve relativa estabilidade e o índice voltou a cair nos dois meses seguintes. Ao analisar a composição do indicador, afirmam os técnicos da FecomercioSP, verifica-se uma forte queda da parcela de empresários que declararam ter estoques adequados e um aumento dos que os consideram elevados.
Em março, 53,2% dos empresários declararam estar com estoques adequados, variação para baixo de 0,8 ponto porcentual em relação ao mês anterior e o menor patamar desde julho de 2021. Em contrapartida, o porcentual de empresas que relataram estar com os estoques inadequados acima – ou seja, com excesso de mercadorias nas prateleiras – avançou 1,5 ponto porcentual no mesmo período, atingindo 27,3%, o maior nível desde abril de 2023. Por fim, 19,2% dos empresários afirmaram ter estoques abaixo do adequado, a segunda queda seguida.
“Os resultados apurados pelo IE nas últimas edições indicam que as vendas deste início de ano estão abaixo do projetado pelos empresários, considerando o aumento do porcentual de empresários que declararam ter excesso de mercadoria nas prateleiras, o maior desde abril de 2023.
Desde o ano passado, a FecomercioSP vinha alertando os empresários sobre a gestão dos estoques considerando uma possível desaceleração das vendas em decorrência do cenário econômico marcado por alta das taxas de juros e inflação acima do teto da meta”, pontuam os técnicos da FecomerciooSP. Segundo eles, essa previsão parece estar se confirmando – e preocupa já que estoque parado significa dinheiro parado, e pode ser prejudicial para a saúde financeira das empresas.
Queima de Estoques
O mercado de trabalho segue apresentando bons números, o que significa mais pessoas com capacidade de consumir. Nesse contexto, o varejo deve intensificar ações promocionais, de queima de estoque, principalmente dos itens com baixo giro, e reforçar o caixa para enfrentar um cenário potencialmente mais difícil nos próximos meses.
“De maneira geral, a FecomercioSP segue orientando as empresas a trabalharem com uma gestão de estoque eficiente, sempre calculado em relação ao giro do negócio – e, considerando o ciclo de alta da taxa Selic em curso, esse cuidado é fundamental. A Federação ainda mantém uma visão otimista para as vendas nesse 1º trimestre, considerando o mercado de trabalho aquecido. Mas o cenário para 2025 ainda é incerto, considerando as instabilidades na economia do país”, alerta.
Com informações de Estadão Conteúdo (Francisco Carlos de Assis).
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