O conceito de store in store, isto é, uma loja dentro de outra loja, é muito difundido nos Estados Unidos e na Europa, e está se tornando cada vez mais comum no Brasil. O modelo vem sendo visto frequentemente em comércios locais, supermercados, postos de gasolina, livrarias e estabelecimentos de diferentes setores.
Entre as principais vantagens do conceito, encontram-se a ocupação de espaços ociosos nos estabelecimentos, a diversificação do mix de produtos e a divulgação de outras marcas que, como consequência, atraem novos clientes. Para o cliente, por outro lado, o ponto positivo está na possibilidade de planejar a compra de variados itens em um único lugar.
Foi pensando nessas estratégias que a rede de floriculturas curitibana Esalflores investiu em lojas com o conceito store in store, ampliando sua rede com aproximadamente 65 novos pontos de venda de seus produtos. “Todo nosso conceito é criado estrategicamente no omnichannel, unificando todos os canais de venda, sem atritos ou barreiras entre o cliente e a marca”, explicou o diretor geral da Esalflores, Bruno José Esperança. Além desse formato, a empresa atua com duas lojas próprias em Curitiba, filiais e flowers machines espalhadas pelo país.
De acordo com o empresário, a ideia de investir em store in store e ter a sua marca dentro de outra grande loja foi uma boa solução para diversas operações: uma relação ganha-ganha, capaz de beneficiar tanto a Esalflores quanto as empresas que receberam sua marca, além dos clientes. “Às vezes, a pessoa ou comércio gostaria de ter em seu mix de produtos a floricultura, mas não consegue ter eficiência por não ser sua especialidade”, afirmou. Hoje, a floricultura está presente em lojas das redes Balaroti (materiais de construção), Etna (decoração) e Condor (supermercado).
A marca entra com a possibilidade de agregar produtos nos pontos de vendas, tendo o suporte especializado para a gestão, orientação e apresentação dos produtos. “Essa instrução é importante, pois a flor, diferentemente de outros materiais, exige diversos cuidados. Por ser perecível, ela morre rápido se não for cuidada. Desde a estratégia do que oferecer para cada cliente até entender que ela precisa de irrigação, tudo isso é considerado na implantação da store in store”, contou Bruno.
A tendência da store in store está dando certo. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o modelo de operação cresceu de 0,03% em 2017 para 0,04% em 2018 – uma fatia ainda pequena do mercado de franquias, mas que tende a se expandir.
Na concorrência com o comércio online, muitos varejistas estão apostando no formato como solução. Nos Estados Unidos, por exemplo, a rede de supermercados Target previa fazer investimentos do gênero em 300 de suas 1,8 mil lojas no ano passado. Entre as novidades das lojas físicas, está o modelo de store in store para cosméticos e roupas.
Uma das motivações que favorece os empresários está relacionada às questões financeiras, já que investir em uma store in store pode gerar uma economia de 20 a 30% quando comparada a uma loja única. É preciso apenas estar atento ao perfil e público da loja principal, para se associar a uma empresa de prestígio e que englobe o público buscado. O modelo auxilia na expansão das marcas e na atração de novos clientes.
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