Com a instalação da nova central de reciclagem, localizada próximo ao Portão 3, o Parque Ibirapuera antecipou em dois anos a meta lixo zero por meio do gerenciamento adequado dos resíduos gerados pelo público que frequenta o espaço. Na segunda etapa do projeto está prevista a inclusão do lixo gerado nos eventos de terceiros e equipamentos fora da concessão.
A antecipação foi possível graças a uma parceria entre a Urbia, gestora do Parque, com a Braskem. Dentre as melhorias na infraestrutura, estão a instalação de tenda nova, mesa separadora, caçambas para armazenamento de resíduos e uma horta com 18 tipos de plantas.
“Ter uma estrutura como essa dentro no parque permite que a triagem aconteça de forma mais rápida e, consequentemente, diminua a possibilidade de contaminação do resíduo, melhorando o seu aproveitamento”, explica Fabiana Quiroga, diretora de Economia Circular da Braskem.
A central faz parte do projeto Eco 360 do Parque Ibirapuera, e representa um dos passos para o cumprimento do Plano de Gerenciamento de Resíduos do Parque. Todos os resíduos recicláveis coletados no Parque são separados para destinação adequada para retornarem à cadeia produtiva como matéria-prima.
Para incentivar o descarte consciente de materiais recicláveis dos usuários já foram instalados coletores digitais e analógicos. Com o descarte correto nas lixeiras digitais, uma série de benefícios como descontos serão disponibilizados aos usuários por meio de um sistema de cashback. “É fundamental que o público entenda o seu papel nesse ciclo de consumo. Eles são nossos grandes aliados dentro da dinâmica da economia circular”, completa Fabiana.
No total, já foram recicladas mais de 380 toneladas de resíduos, incluindo os materiais recicláveis (vidro, plástico, metal, papel e eletrônico) e coco verde não destinados para aterro. Esse montante pode ser comparado a uma frota de 322 carros populares. Na divisão dos resíduos por classificação foram coletadas 173 toneladas de recicláveis e 212 toneladas de coco.
A iniciativa contempla outros formatos de reuso, como a geração de adubo, que utiliza resíduos orgânicos, e aproveita o coco verde vendido e consumido no parque. O processo de triagem e trituração das podas e vegetações do parque gera uma biomassa que se torna um recurso de energia renovável. Além disso, os rejeitos vindos do parque podem ser utilizados como fonte alternativa de energia nos fornos de produção de cimento.
Desde o início da gestão Urbia, foram coletadas 10.747 toneladas de resíduos, somando recicláveis e não recicláveis. Desse total, 63,7% são cocos, 29,9% são resíduos orgânicos, 4,8% é vegetação e 1,6% são recicláveis. Esse montante equivale a 72 baleias azuis adultas, mamíferos que podem chegar até 30 metros de comprimento. Essa quantidade de resíduos também pode ser comparada a uma frota de 59 aviões de passageiros amontoados, com mais de 70 metros de comprimento.
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