CNI diz que decisão do Copom de manter juros em 13,75% foi acertada

Entidade destaca que desonerações tributárias reforçam o movimento de desaceleração da inflação

CNI diz que decisão do Copom de manter juros em 13,75% foi acertada

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa de juros Selic em 13,75% ao ano foi considerada “acertada” pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar disso, o presidente da entidade, Robson de Andrade, avalia que a taxa de juros pode “desacelerar o crescimento da atividade econômica no segundo semestre de 2022 e limitar significativamente o seu crescimento em 2023”.

“A Selic em 13,75% ao ano já era suficiente para manter a desaceleração da inflação nos próximos meses. Principalmente porque essa taxa está muito acima do nível de taxa de juros a partir do qual se inibe a atividade econômica, que foi alcançado ainda em dezembro de 2021”, diz Andrade.

A CNI destaca que as desonerações tributárias de combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, que provocaram deflação em julho e agosto deste ano, reforçam o movimento de desaceleração da inflação.

Corte dos juros

A queda da inflação fez o Banco Central (BC) interromper o ciclo de alta dos juros após um ano e meio de reajustes seguidos. Por 7 votos a 2, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a primeira pausa nas elevações após 12 altas consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado os juros em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro do ano passado até fevereiro deste ano. O Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.

Com informações de Estadão Conteúdo e Agência Brasil (Sandra Manfrini).
Imagem: Shutterstock

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