Após encerrar 2018 em alta (3,34%), o custo de vida na região metropolitana de São Paulo voltou a subir em janeiro, 0,18%. No acumulado dos últimos 12 meses, também houve acréscimo de 3,48%, de acordo com dados da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Entre as nove categorias que compõem o indicador, três sofreram variações negativas em janeiro: vestuário (-0,79%), transporte (-0,35%) e comunicação (-0,10%). Por outro lado, o segmento de alimentos e bebidas foi o principal responsável pela aceleração do custo de vida no primeiro mês do ano, com alta de 0,95%. No dado acumulado dos últimos 12 meses, o segmento apresentou acréscimo de 5,39%, o segundo maior entre todos os demais grupos, perdendo apenas para educação (5,64%).
O segmento de despesas pessoais também influenciou o indicador, com elevação de 0,73%. No acumulado dos últimos 12 meses, apontou alta de 3,53%. Habitação favoreceu a alta do CVCS, com elevação de 0,16% em janeiro. Nos últimos 12 meses, o acréscimo foi de 5,34%.
Na segmentação por renda, as classes A e B foram as que mais sentiram o aumento dos preços em janeiro, encerrando o mês com altas de 0,27% e 0,24%, respectivamente. As classes D e C foram as que menos sentiram as altas em janeiro, encerrando o mês com variações positivas de 0,14% e 0,11%, respectivamente.
O Índice de Preços no Varejo (IPV) sofreu queda de 0,17% no mês passado. Contudo, no acumulado dos últimos 12 meses, os preços dos produtos apontaram acréscimo de 1,99%.
Dos oito segmentos que compõem o IPV, quatro encerraram o mês com queda em seus preços médios no comparativo com dezembro: transportes (-1,14%), vestuário (-0,79%), saúde e cuidados pessoais (-0,35%) e habitação (-0,18%).
O segmento de transportes foi o principal responsável pela baixa dos preços em janeiro (-1,14%). Contudo, no acumulado em 12 meses, apontou alta de 0,64%. Destaques para os subgrupos óleo lubrificante (-1,29%), acessórios e peças (-0,72%), pneu (-1,22%), automóvel usado (-1,54%), gasolina (-2,50%), etanol (-1,15%), óleo diesel (-0,54%) e gás veicular (-4,82%).
Por outro lado, o segmento de alimentos e bebidas foi o principal responsável pela pressão de alta no mês (0,89%). No acumulado dos últimos 12 meses, o acréscimo foi de 6,16%. Destaques para os subgrupos cenoura (15,32%), banana-prata (13,47%), cebola (12,9%), abacaxi (11,65%) e feijão-carioca (11,11%).
Na segmentação do IPV por faixa de renda, as classes C e D foram as mais beneficiadas, com recuos de 0,21% e 0,16%, respectivamente. Já na classe A, o decréscimo foi de apenas 0,05%.
O Índice de Preços de Serviços (IPS) subiu pelo quinto mês consecutivo, com aumento de 0,55%. No acumulado dos últimos 12 meses, o acréscimo foi de 5,05%. O segmento de alimentos e bebidas foi o principal responsável pela alta (1,04%), reduzindo a capacidade de o índice recuar. Já nos últimos 12 meses, a elevação foi de 4,2%. Destaques para os subgrupos café da manhã (1,63%), refeição (1,24%), cafezinho (1,21%) e lanche (1,02%).
Por outro lado, dos oito segmentos que compõem o IPS, três sofreram queda: artigos de residência (-0,80%), comunicação (-0,10%) e educação (-0,04%).
Na segmentação do IPS por faixa de renda, o impacto foi praticamente igual para todas as classes: A (0,56%), B (0,57%), C (0,53%), D (0,52%) e E (0,56%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o custo de vida na região metropolitana de São Paulo subiu principalmente por causa da pressão no segmento de alimentos e bebidas, que possui alta representatividade no orçamento familiar e sazonalmente sofre elevações por conta do clima adverso em itens in natura específicos.
Segundo a entidade, a tendência para o próximo mês continua sendo de alta em virtude do aumento das passagens do transporte público ocorrido em janeiro. Em fevereiro, o setor de educação puxa a alta do custo de vida por causa da volta às aulas, como historicamente acontece.
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