O Ministério da Agricultura instituiu o Centro de Operações de Emergência Zoossanitária (COEZOO) para o enfrentamento da emergência zoosanitária decretada no Rio Grande do Sul. A instalação do comitê consta em portaria da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 22. Na portaria, o ministério atribui a criação do comitê à necessidade de aplicação imediata de “medidas específicas para contenção e eliminação do agente causador da doença de Newcastle (DNC)”.
O objetivo da pasta é prevenir a disseminação da doença para outras áreas do País e eliminar o vírus no Estado. O Ministério da Agricultura confirmou na quarta-feira, 17, a detecção do foco de DNC em um estabelecimento industrial de 14 mil animais em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. A doença de Newcastle é uma doença viral que afeta aves domésticas e silvestres e causa sinais respiratórios seguidos por manifestações nervosas. Segundo o Ministério, o estabelecimento avícola foi “imediatamente interditado”. Os últimos casos no País haviam sido registrados em 2006 em aves de subsistência em Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
O Cooezoo terá integrantes do Ministério da Agricultura e da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Estado do Rio Grande do Sul. O comitê será responsável por implantar e coordenar a execução do Plano de Contingência de Emergência Zoossanitária no Estado. O Cooezoo deverá ainda atuar em articulação com as autoridades sanitárias do Estado, coordenar a execução das ações em campo e definir os os limites geográficos da área de emergência zoossanitária.
O Rio Grande do Sul encontra-se em emergência zoosanitária por 90 dias, declarada pelo Ministério da Agricultura na última sexta-feira. A emergência zoosanitária é o nível mais elevado de alerta em relação a questões sanitárias.
Santa Catarina
A Secretaria da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina publicou nota técnica em que destaca a necessidade de reforço das medidas de biosseguridade nas granjas avícolas do Estado. Esta ação vem após a constatação de um caso de doença de Newcastle em aves comerciais no Rio Grande do Sul, fato que levou o Ministério da Agricultura e Pecuária a declarar estado de emergência zoosanitária no Estado vizinho por 90 dias. Diante dessa situação, a nota técnica ressalta a necessidade de limitação das visitas de pessoas alheias ao sistema de produção avícola, com o intuito de proteger a saúde e segurança dos plantéis avícolas catarinenses.
O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, destacou que a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) está adotando diversas ações específicas para garantir a proteção sanitária do Estado. Entre as ações estão a análise da movimentação de animais e produtos de origem animal oriundos da região do foco, vigilância ativa em propriedades que receberam animais daquela região nos últimos 30 dias e a orientação aos Postos de Fiscalização Agropecuária da divisa sul do Estado para desinfetar todos os veículos provenientes da região afetada.
A secretaria também reforçou a importância da notificação imediata de todas as suspeitas de casos de Doença de Newcastle, especialmente aquelas com sinais respiratórios, neurológicos ou de alta mortalidade súbita em aves. Apesar do caso, a secretaria assegura que o consumo de carne de aves e ovos provenientes de estabelecimentos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial permanece seguro para a população.
O Estado de Santa Catarina é o segundo principal exportador de carne de frango do Brasil, atrás apenas do Paraná e logo à frente do Rio Grande do Sul. No primeiro semestre de 2024, foram embarcadas 563.481 toneladas, com receita de US$ 1,07 bilhão.
Com informações de Estadão Conteúdo.
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