Após a Black Friday, o e-commerce se prepara para atender à alta demanda de compras com a proximidade das festas de final de ano. Estoque, preço, promoção, logística, entrega, servidor, tudo demanda mais atenção e cuidado nessa época, mas um ponto crucial merece atenção dobrada: a proteção contra as fraudes. Muito se fala em como o consumidor final deve se proteger, mas e o varejista? Como as empresas, que são diretamente impactadas, podem se preparar contra as ações dos fraudadores?
O fato é que o Brasil, palco de um mercado de comércio online cada vez mais sofisticado, ainda precisa trabalhar a questão da eficiência no gerenciamento de fraude. Trata-se do jogo de equilíbrio. O dono do estabelecimento comercial precisa encontrar o balanço entre minimizar as perdas por fraude, aumentar a receita e minimizar os custos operacionais. Esse trabalho é custoso, desafiador e, muitas vezes, repleto de decisões difíceis.
Segundo os números da CyberSource, empresa de gestão de pagamentos afiliada da Visa, em seu Relatório sobre fraudes on-line para América Latina 2015, os estabelecimentos comerciais na América Latina apresentam uma taxa de chargeback de 1,4% e uma taxa de rejeição de compra de 8%. Ou seja, os estabelecimentos comerciais podem estar sacrificando uma porção importante de pedidos válidos e diminuindo seu faturamento.
Eu sei que o cenário é realmente desafiador. Vivemos em um ambiente de comércio digital em expansão e os consumidores brasileiros querem fazer compras em qualquer hora, em qualquer lugar e por meio de qualquer dispositivo. E a sofisticação encontrada no comércio eletrônico acaba também sendo refletida nas ações dos fraudadores, que criam novas e criativas maneiras de fraude todos os dias.
Tem sido um trabalho incansável para estarmos sempre um passo a frente dos fraudadores, que utilizam desde e-mails descartáveis ou modificáveis, até a supressão de impressões digitais dos dispositivos móveis. E por falar em dispositivos móveis, mais um alerta: temos percebido que em média, a porcentagem de perda de receita devido à fraude, tem sido maior no canal mobile dos estabelecimentos comerciais. Por isso, é de extrema importância que as empresas adotem cada vez mais uma análise holística do comportamento dos usuários para combater a ação dessas pessoas.
Os esquemas de fraude e condições de negócios estão em constante mudança, e isto exige vigilância e experiência no gerenciamento de operações. O que temos certeza é que a fraude nunca vai ser eliminada inteiramente, mas uma estratégia inteligente, com operações bem integradas, pode, sim, ajudar as empresas a alcançarem seus objetivos de negócios de uma maneira sustentável e segura. O gerenciamento da fraude é um complicado jogo de equilíbrio na nossa economia digital, que está cada vez mais complexa e competitiva. No entanto, é um desafio possível. Nosso trabalho é a prova de que, utilizando as ferramentas corretas, é possível reduzir as perdas por fraude e os custos operacionais e, ao mesmo tempo, melhorar a experiência do consumidor final e aumentar a aceitação de pedidos genuínos de clientes.
Rogério Signorini – Head da CyberSource no Brasil
Fonte: Administradores