A TMA Brasil, representação brasileira de uma associação internacional focada no ramo de reestruturação de empresas, lamentou a morte do empresário Luiz Claudio Galeazzi, ocorrida neste domingo em um acidente de avião. De acordo com a associação, o executivo foi uma figura ímpar no cenário de reestruturação de negócios no País e teve atuação incansável.
“À frente da Galeazzi & Associados, empresa fundada por seu pai e cujo nome se confunde com o desenvolvimento das práticas de transformação empresarial no Brasil, deixa um legado sólido a ser transmitido às futuras gerações”, disse a entidade através de nota.
Luiz Claudio e outros membros da família estavam em um avião que caiu em Gramado (RS) na manhã deste domingo. De acordo com as autoridades, todos os dez ocupantes da aeronave morreram. As causas do acidente ainda serão investigadas.
O empresário foi um dos fundadores da TMA no Brasil e era membro do conselho da entidade. Ele era CEO da Galeazzi & Associados, uma das maiores consultorias de reestruturação de empresas do País, posto em que sucedeu o pai, Claudio Galeazzi, morto no começo do ano passado.
“Como associado da TMA, manteve participação destacada desde que a fundou junto com outros seis profissionais, sendo um de seus maiores embaixadores, sempre com enorme generosidade em propagar seus profundos conhecimentos em nossa atividade de reestruturação de empresas”, afirmou a TMA.
Acidente de avião
A consultoria Galeazzi & Associados confirmou na tarde deste domingo, 22, em nota, a morte do CEO da empresa, Luiz Claudio Galeazzi, 61 anos, além de esposa, três filhas, outros membros da família e de um diretor da empresa, Bruno Cardoso Munhoz Guimarães. Eles estavam em um avião que caiu na manhã deste domingo, 22, em Gramado (RS).
A aeronave saiu de Canela (RS) com destino a Jundiaí (SP), e caiu na região central de Gramado. De acordo com as autoridades, nenhum dos ocupantes sobreviveu. As causas do acidente ainda serão investigadas.
“Luiz Galeazzi será eternamente lembrado por sua dedicação à família e por sua notável trajetória como líder da Galeazzi & Associados”, afirmou a empresa através de nota. A consultoria também agradeceu às manifestações de pesar, e se solidarizou com outras pessoas afetadas pelo acidente na região.
A Galeazzi disse ainda que reafirma o compromisso em acompanhar as investigações sobre o acidente, e que todos os registros e autorizações da aeronave estavam “devidamente em ordem”. “Pedimos respeitosamente que o direito à privacidade da família seja respeitado neste momento tão delicado.”
Consultoria criada pelo pai
O empresário Luiz Claudio Galeazzi comandava há cerca de dois anos a empresa de consultoria que leva o nome da família, a Galeazzi & Associados. Ele era filho do consultor Claudio Galeazzi, que criou a consultoria no final dos anos 1980, e que era considerado um dos maiores especialistas em reestruturações de empresas do País.
A mãe do empresário, Maria Leonor, morreu também em um acidente de avião, ocorrido em 2010 na região de Sorocaba (SP).
Luiz Claudio era formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em mais de duas décadas e meia de experiência em gestão de empresas, participou de projetos em diferentes setores da economia, além de recuperações judiciais no Brasil e no exterior.
O empresário assumiu o posto de CEO da Galeazzi após o afastamento do pai, que morreu em março do ano passado. Ele havia sido diagnosticado com câncer cerca de um ano e meio antes.
A Galeazzi é reconhecida no mercado por ter participado de uma série de processos de reestruturação de empresas. Alguns dos casos mais conhecidos são os do GPA (ex-grupo Pão de Açúcar) em 2007, o da Lojas Americanas, nos anos 1990, e o da BRF, em 2013.
Um caso recente foi o da varejista de moda Marisa, que contratou a Galeazzi no ano passado para contornar uma grave crise. Ao todo, foram fechadas 88 lojas, a um custo de R$ 44,5 milhões.
Nos processos de reestruturação, a consultoria costuma aplicar preceitos como o chamado Orçamento Base Zero, em que as despesas de uma empresa são completamente revisadas a cada ano. É comum que os processos levem a revisões operacionais com a ocorrência de demissões, com foco em preservar o caixa e, no médio prazo, dar maior fôlego financeiro às companhias.
Com informações de Agência Estado (Matheus Piovesana e Paula Dias).
Imagem: Agência Brasil (Defesa Civil RS)