As transformações na estrutura global do consumo, novo ciclo do varejo, tecnologias e ferramentas digitais nos pontos de venda, experiência da omnicanalidade e revolução dos meios de pagamento foram os temas em pauta do 7º Fórum LIDE do Varejo, que acontece no Guarujá, em São Paulo.
O impacto da tecnologia no jeito de fazer varejo e como atender um consumidor presente em vários canais foram os assuntos que dominaram os debates nos paineis na manhã de sábado. Marcelo Bazzali, CEO do Extra, no painel “Transformações na Estrutura Global do Consumo”, ressaltou que o ponto principal para as mudanças é o cliente. “É fundamental entender quem ele é, o que ele precisa. Ao mesmo tempo, temos que atender a necessidade de compra dele, seja de itens básicos na internet ou mesmo de alimentos perecíveis em lojas físicas”.
O executivo destacou as ações que o Grupo GPA têm promovido para atingir a multicanalidade, citando a expansão da rede Assaí, presente em 23 estados, e do multivarejo, em 17 estados, e, principalmente, o que a rede tem feito no processo de transformação para o digital. “Em 2018, os aplicativos Cliente Mais e Cliente Extra da nossa rede tiveram mais de 7,5 milhões de download. Esse número nos permite conhecer melhor o consumidor e promover ações mais direcionadas. Com o digital, não falamos mais com a grande massa, falamos com o CPF de cada cliente”.
Para Rodrigo Diago, diretor-executivo da Accenture e líder da Indústria de Varejo para a América Latina, essa personalização é um objetivo cada vez mais convergente entre varejistas e consumidores. “O que rege a transformação são as expectativas do consumidor e a mudança de perfil de consumo. 80% dos consumidores estão mais propensos a comprar se atendidos de forma pessoal, enquanto 72% dos varejistas entendem que a personalização é uma top priority”.
Como mudar?
Durante os painéis, os executivos apontaram também alguns caminhos que os players varejistas devem seguir em meio a transformação digital. Para Marcelo Bazzali, CEO do Extra, um dos elos de aproximação do consumidor digital implica em trazer os millenials para dentro das empresas. “Para estarmos preparados, temos que trazer esse público para dentro porque, dessa forma, ele participa do processo e das jornadas mais direcionadas para esse novo perfil”. Para esse público, afirmou Bazzali, rapidez, velocidade e conveniência são fundamentais.
Walter Faria, presidente da J.Macêdo, ressaltou que é preciso estar também atento a outros elementos, como as novas formações familiares e ainda o aumento da expectativa de vida. “Millennials e pessoas com mais de 65 anos tornam-se mais exigentes do que suas gerações anteriores. Dados mostram que o poder de compra da população com mais de 65 anos triplicará até 2060.”
Os desafios para atingir um consumidor mais tecnológico e presentes em diversos canais atingem lojas centenárias, como a rede de varejo Pernambucanas. “Transformar uma empresa de 110 anos é mais desafiador que criar uma empresa nova. O segredo da nossa transformação digital não foi só a tecnologia, foi gente”, explicou Sergio Borriello, CEO das Pernambucanas. “Empoderamos o colaborador. O digital está a serviço do cliente e do colaborador”.
Rodrigo Diago, diretor-executivo da Accenture, lembrou que é preciso haver muita coragem para que as transformações sejam promovidas. “Esse tipo de modelo traz ruptura de marca, de modelo operacional e de tecnologia muito forte. O desafio é saber lidar com o incerto na maior parte do tempo”, disse ao final de sua apresentação.
O evento contou ainda com o LIDE TALKS, uma novidade com painéis interativos simultâneos que reuniram pequenos grupos onde representantes de grandes empresas conduziram um bate-papo descontraído e intimista. A intenção foi criar um diálogo direto para estimular trocas de ideias e soluções para o setor.
Neles, foram abordados os temas “Tecnologias Digitais x Experiências Sensoriais”; “O Novo Mundo Digital nos PDVs”, “Revolução dos Meios de Pagamento” e “A Diferenciação da Experiência da Ominicalidade”.
Foto: Juan Guerra