A Fogo de Chão passou por momentos difíceis na pandemia de covid-19, assim como todo o mercado de bares e restaurantes. Depois de rever a operação no País, onde atua apenas com lojas próprias, a empresa prepara agora a retomada. A companhia tem oito unidades no Brasil e deve terminar o ano com nove lojas. Para 2025, será inaugurada a 10.ª unidade.
“Primariamente, o foco da expansão será em São Paulo e Rio. Depois, será nas principais capitais do País, como Belo Horizonte e Curitiba”, diz Paulo Antunes, presidente da Fogo de Chão no Brasil. A meta é abrir de um a dois restaurantes por ano.
Antunes conta que a empresa usou o período de pandemia para planejar reformas em lojas e a abertura de novos restaurantes. Foram feitas melhorias nas unidades da Vila Olímpia e do Shopping Center Norte, enquanto as do Morumbi Shopping e do Barra Shopping (no Rio) receberam novas lojas.
Apesar de ser voltado à cultura do churrasco gaúcho, a Fogo de Chão também oferece opções para vegetarianos e veganos. Quem come carne pode escolher entre diferentes planos de rodízio com cortes de carne específicos ou toda a variedade servida no restaurante. Há ainda opção de hambúrguer de picanha. A proposta é oferecer rodízios com preços que começam em cerca de R$ 100 por pessoa.
A reinauguração da Fogo de Chão no Shopping Center Norte, na zona norte da capital, realizada no segundo semestre de 2023, é uma aposta no potencial da unidade para utilização em eventos corporativos e no fluxo de pessoas que vão aos eventos realizados no complexo Expo Center Norte.
O shopping Center Norte passou por reforma no fim do ano passado, ao custo de R$ 100 milhões. O complexo ganhou novas lojas e vagas de estacionamento cobertas. Segundo Guilherme Marini, diretor executivo do Center Norte e Lar Center, é a maior expansão feita nos últimos 15 anos no shopping, que foi inaugurado em 1984. “São cerca de 30 novas lojas, e trouxemos marcas consagradas e inéditas na região, como Farm, Diesel, Sephora e Zara.”
Controladora
A Fogo de Chão foi fundada em 1979 pelos brasileiros Arri e Jair Coser. A primeira unidade foi inaugurada em Porto Alegre (RS). A expansão internacional do negócio começou em 1997, no Texas, Estados Unidos. Hoje, o país concentra mais de 50 restaurantes da marca, seguindo o modelo de franquias.
O fundo de investimento brasileiro GP Investments comprou uma parcela do negócio em 2006. Em 2012, fechou acordo de US$ 400 milhões para a venda da participação para o fundo americano Thomas H. Lee Partners, que assumiu o comando do negócio.
A empresa chegou a abrir o capital na Nasdaq, em 2015, fechado três anos depois, quando foi comprada por US$ 560 milhões pela firma de investimentos Rhône Group – que tem mais de US$ 11 bilhões de ativos sob gestão. A empresa foi, então, comprada pelo fundo de private equity americano Bain Capital, em agosto do ano passado.
Recuperação
O setor de bares e restaurantes no Brasil ainda tenta se recuperar da pandemia. De acordo com dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o endividamento é um problema de 40% das empresas do ramo. Em dezembro de 2023, 18% do setor reportou prejuízo à associação, o menor porcentual desde outubro de 2022. Com a melhoria do ambiente de negócios, propiciado pela queda dos juros, outras redes de restaurantes também estão iniciando retomada da expansão pelo País, com a abertura de novas unidades, como é o caso do Madero.
Com informações de Estadão Conteúdo
Imagem: Shutterstock