O mercado global de bens de luxo atingiu em 2021 o valor de € 288 bilhões. Os dados são do estudo “Luxury 2022 Spring Update”, feito pela Bain & Company em parceria com Fondazione Altagamma. O movimento de recuperação do setor contou com um forte volume de compras no final do ano passado em todas as regiões, com um aumento de 7% em comparação ao mesmo período em 2019.
Além desse aspecto, a China manteve o crescimento de dois dígitos percentuais e os mercados ocidentais experimentaram uma demanda local sustentável. No caso dos Estados Unidos, as compras mantiveram o ímpeto, mesmo com o final dos incentivos federais.
Durante o primeiro trimestre de 2022, o mercado de bens pessoais de luxo teve forte desempenho, com crescimento entre 17% e 19% a taxas de câmbios atuais, e de 13% a 15% a taxas de câmbio constantes, em comparação com o mesmo período de 2021.
O relatório feito pela Bain & Company apontou recuperação do continente europeu, que cada vez mais se aproxima dos níveis de 2019, por conta da crescente demanda local. Ao analisar os impactos do conflito entre Ucrânia e Rússia, o relatório mostra que foram impactados apenas os mercados locais.
Outro ponto destacado foi o cenário norte-americano, que tem explorado a diversidade e inclusão. O mercado de luxo nos EUA tem cada vez mais experimentado um crescimento à medida que marcas estão abordando diversidade e inclusão, e descobrindo o real potencial do consumidor no país.
No mercado asiático, chamam a atenção a Coreia do Sul, que aumentou sua relevância cultural ao substituir os gastos turísticos pelo aumento de demanda local. As marcas reinventaram seus modelos de negócios para atender à demanda crescente e influências locais.
Expectativas do mercado
Apesar das dificuldades e desafios deste começo de ano, as estimativas a médio prazo do mercado de luxo permanecem inalteradas. A Bain & Company estimou que o crescimento de mercado alcance entre € 360 e € 380 bilhões até 2025. O levantamento também destacou duas trajetórias possíveis.
Em caso de um cenário otimista, em que a trajetória de crescimento do primeiro semestre se mantenha até o final do ano, a expectativa é de um crescimento de 10% a 15% em relação a 2021. Já em caso de um cenário com ritmo mais lento, por conta de uma recuperação lenta da China, a estimativa é de que o mercado cresça entre 5% e 10% em comparação com o ano passado.
Oportunidades para o futuro
Além do gosto por artigos de luxos tradicionais, o estudo revelou que os ativos digitais e o mundo virtual (metaverso) terão papel cada vez mais relevantes nas propostas de valor das marcas de luxo. É estimado que até 2030 os ativos digitais representem entre 5% e 10% desse mercado de luxo.
Outro tópico que também passará a ganhar espaço é a sustentabilidade. Com um aumento de consumidores que tomam suas decisões de compra baseadas em seus princípios e sustentabilidade, as marcas de luxo terão de inovar para construir uma vantagem competitiva.
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