Nike, Coca-Cola e Adidas são as marcas mais lembradas pelos brasileiros quando se trata de Olimpíadas. A constatação foi feita pelo Grupo Ponto e a V-Tracker por meio do serviço V-Ask, no estudo Ponto MAP, que entrevistou pessoas das classes ABCDE. O levantamento ainda destacou que, entre os entrevistados da classe A, Itaú, Banco do Brasil e Bradesco aparecem no pódio, enquanto nas classes D e E, as operadoras de telefonia Claro, Vivo e a fabricante Samsung são os destaques.
O estudo ouviu 1.067 pessoas em 380 municípios de todos os estados e gerou três indicadores comportamentais básicos:
- Expectativa e o nível de engajamento do público com o evento;
- Hábitos e padrões de consumo relacionados aos Jogos;
- Recall do público em relação às marcas patrocinadoras.
Entre os participantes, as roupas esportivas lideram o interesse em relação às Olimpíadas, com 27%. O patrocínio aos Jogos Olímpicos também é visto como um ponto importante pelo público, sendo a aplicação deste no desenvolvimento de atletas o quesito mais destacado, com 34%.
“A pesquisa buscou entender a relação dos públicos com os Jogos Olímpicos e captar a percepção sobre as marcas apoiadoras, podendo gerar oportunidade de insights. Acreditamos que os grandes eventos são expressão da cultura, além do entretenimento. Daí, a importância de se verificar os diferentes níveis de aderência do público a eventos, como as Olimpíadas”, explica Marília Stábile, fundadora e presidente do conselho da Ponto MAP.
Incentivo ao esporte
Para os brasileiros, as principais contribuições dos Jogos Olímpicos são o incentivo ao esporte (28%) e o aumento da visibilidade para os atletas e modalidades esportivas (24%). A movimentação da economia também foi um destaque entre o público, alcançando 17%, superando o entretenimento, com 15%.
O estudo também revelou que os investimentos no esporte e a conquista de medalhas dos Jogos Olímpicos andam lado a lado e crescem em proporção ao longo dos anos. Nos últimos 21 anos, foram repassados R$ 43,9 bilhões para o esporte em recursos federais, valor atualizado pelo IPCA/IBGE. Esse montante desconsidera os recursos destinados à infraestrutura para eventos sediados no País, como os Jogos Pan-Americanos de 2007 e as Olimpíadas de 2016, ambos realizados no Rio de Janeiro.
Desses investimentos, R$ 6,56 bilhões correspondem à soma investida pelas marcas por meio do programa de incentivo ao esporte do governo federal.
O gráfico abaixo mostra o volume de investimentos em comparação com a conquista de medalhas:
A partir de 2021, o setor privado deu um salto no investimento, acompanhando o maior interesse da opinião pública sobre atividade física – algo também importante para a saúde mental e a criação de comunidades no pós-pandemia da covid-19. Combinando os dados de investimentos e medalhas com a pesquisa de opinião, a pesquisa concluiu que as marcas atingiram um retorno de 21%.
“Seja investimento do governo federal ou patrocínio das empresas, há uma relação: quanto maior o investimento, mais medalhas. Mas, não só: a pesquisa também mostra que, se para as classes A e B a importância das Olimpíadas já é uma realidade, 54% da classe C também está engajada, abrindo uma janela de oportunidades para investimento, mas, não apenas pontual, em eventos, mas prover infraestrutura em escolas, públicas e ou privadas, para apoiar futuros atletas”, afirma Marilia.
A análise sobre a evolução do investimento e dos resultados do Brasil nos Jogos Olímpicos revela que, no período de mais de 20 anos, o Brasil ganhou um total de 351 medalhas em Olimpíadas (84) e Paralimpíadas (267).
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