A Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp) manifestou repúdio à decisão do Carrefour de suspender a compra de carnes provenientes de países do Mercosul. A entidade, que representa cerca de 502 mil empresas, considerou as declarações da rede varejista como desrespeitosas à qualidade dos produtos brasileiros e prejudiciais à cadeia produtiva nacional.
Em nota, a Fhoresp destacou a relevância do mercado brasileiro para a operação do Carrefour, que é a maior rede varejista do país, com mais de 500 lojas. “É inaceitável que uma empresa que prospera em solo brasileiro adote práticas que desconsideram a qualidade e o trabalho árduo dos nossos produtores”, afirmou a entidade.
Como forma de resposta, a federação propôs que empresários do setor de hotelaria e alimentação fora do lar promovam um boicote ao Carrefour enquanto a empresa mantiver sua posição.
“Convocamos todos os empresários do setor a se engajarem em uma ação de reciprocidade, boicotando essa rede de supermercados enquanto continuar a desvalorizar os produtos brasileiros. Esta é uma oportunidade de mostrar nossa força coletiva em defesa da economia e dos princípios que sustentam nossa gastronomia e o agronegócio”, declarou.
A Fhoresp também reiterou apoio à Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e ao ecossistema do agronegócio, ressaltando a necessidade de valorizar a qualidade dos produtos nacionais no mercado global. “Unidos, podemos demonstrar que o Brasil merece ser tratado com o mesmo respeito que oferece a todos que aqui desejam empreender, prosperar e conosco fazer negócios”, concluiu o comunicado.
A medida ocorre após o CEO global da rede de supermercados, Alexandre Bompard, declarar na quarta-feira, 20, que a varejista francesa não vai mais vender carnes do Mercosul nas lojas da França, independentemente dos preços e das quantidades que os respectivos países possam oferecer.
Na quinta, o Carrefour França afirmou que o veto à venda de carnes do Mercosul é válido apenas para as unidades da rede varejista no país, enquanto o Grupo Carrefour Brasil afirmou que “nada muda nas operações no País”.