Cai parcela de consumidores que pretende comprar produto financiado

A parcela de paulistanos que pretende comprar algum produto financiado ou parcelado caiu em janeiro. É o que aponta o Índice de Intenção de Financiamento, um dos componentes da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O indicador registrou queda de 7,3%, ao passar de 55,3 pontos em dezembro para 51,3 pontos em janeiro. Contudo, se comparado a janeiro de 2018, houve alta de 29%. Isso significa que 25,2% dos paulistanos declararam ter a intenção de comprar um produto com pagamento parcelado ou financiado nos próximos três meses de 2019.

A PRIE também apontou que 31,8% dos paulistanos endividados declararam ter reserva financeira em janeiro, ou seja, diante de um imprevisto no orçamento familiar, esses consumidores teriam condições de pagar, pelo menos, parte das dívidas. O índice de segurança de crédito dos endividados caiu 2,3%, de 65,2 pontos em dezembro para 63,7 pontos em janeiro.

O índice geral sofreu leve queda de 0,6%, de 79,5 pontos em dezembro para 79,1 pontos em janeiro. Já a segurança de crédito dos não endividados obteve alta de 2,5%.

De acordo com a FecomercioSP, os mercados financeiros e as famílias no Brasil estão bem adaptados a períodos de crise e restrições de crédito. O crédito ainda é pouco difundido na economia, e os bancos aprenderam a reagir rapidamente às crises controlando novas concessões e restringindo carteiras, assim como as famílias se afastam das compras parceladas e mudam de planos rapidamente nas fases de aumento de desemprego. Dessa forma, as crises e os momentos de crescimento têm, evidentemente, efeitos sobre o mercado de crédito (volume, inadimplência, juros), mas justamente por ser um mercado restritivo e conservador, esses efeitos tendem a ser menos intensos do que em outras economias mais alavancadas.

Segundo a Federação, com relação à segurança de crédito, o indicador é, de forma geral, volátil – após ter tido um resultado positivo em novembro, caiu em dezembro e em janeiro. No entanto, com o crescimento econômico se reavivando ao longo do ano, pode ocorrer um efeito aparentemente paradoxal: o crescimento da propensão a tomar empréstimos e a poupança (segurança) do crédito. O que deve ocorrer de acordo com o desempenho do mercado de trabalho. Para a Entidade, ainda não há clareza total quanto às medidas e ao senso de prioridades do novo governo, porém, já se tem um grau de certeza maior quanto à sua tendência liberal: com a redução do tamanho da máquina pública, há apoio ao modelo de maior incentivo aos investimentos e redução do poder das políticas intervencionistas e de subsídios.

Aplicações

A poupança segue como a modalidade de aplicação preferida dos paulistanos – em janeiro, 58,6% escolheram essa opção de investimento. A preferência pela renda fixa passou de 19,5% em dezembro para 20,9% em janeiro. A renda variável caiu para 3,8% em janeiro, ante os 5,1% registrados em dezembro.

* Imagem reprodução

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