Vendas no varejo recuam 1,0% em janeiro

Em janeiro de 2020, o comércio varejista nacional recuou (-1,0%) frente a dezembro, na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral foi de – 0,4% no trimestre encerrado em janeiro. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com janeiro de 2019, o comércio varejista cresceu 1,3%, décima taxa positiva consecutiva. Já o acumulado nos últimos doze meses foi 1,8%.

gráfico IBGE

O volume de vendas no varejo, em janeiro de 2020, voltou a mostrar perda de ritmo, expresso não só pelo recuo de -1,0% frente a dezembro, mas também pela  disseminação de taxas negativas entre as atividades investigadas. Com isso, o comércio varejista, em janeiro de 2020, permanece 5,4 p.p. abaixo do nível recorde alcançado em outubro de 2014. No confronto com janeiro de 2019, na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista cresceu 1,3% e no varejista ampliado a taxa foi de 3,5%. No entanto, no acumulado em doze meses, o volume de vendas fica estável tanto para o varejo quanto para o varejo ampliado.

Cinco das oito atividades pesquisadas tiveram quedas

Na série com ajuste sazonal, o recuo de 1,0% no volume de vendas do comércio varejista, para janeiro de 2020, houve quedas em cinco das oito atividades:  Móveis e eletrodomésticos (-1,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,6%), Combustíveis e lubrificantes (-1,4%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,2%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,2%).

Por outro lado, Tecidos, vestuário e calçados (1,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%), apresentaram avanço nas vendas frente a dezembro de 2019.

No comércio varejista ampliado, em janeiro, o volume de vendas cresceu 0,6%, frente a dezembro de 2019, na série com ajuste sazonal, compensando, em parte, o recuo de 0,8% registrado no mês anterior. Para essa mesma comparação, Veículos, motos, partes e peças registrou crescimento de 8,5%, enquanto Material de construção mostrou variação de -0,1%, ambos, após recuo, de 5,0% e 1,2%, respectivamente, registrados no mês anterior.

Em janeiro de 2020, em relação a janeiro de 2019, o comércio varejista cresceu 1,3%, com predominância de taxas positivas, atingindo cinco das oito atividades pesquisadas. Entre as atividades com crescimento, destacam-se Móveis e eletrodomésticos (11,0%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,6%). Ainda em alta, temos: Artigos farmacêuticosmédicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,1%), Tecidos, vestuário e calçados (4,2%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (3,7%).

Por outro lado, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,8%) exerceu a principal pressão negativa, seguido por Combustíveis e lubrificantes (-2,3%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-6,7%).

Com avanço de 3,5%, frente a janeiro de 2019, o comércio varejista ampliado registrou a décima taxa positiva consecutiva. O resultado de janeiro de 2020 refletiu, principalmente, a contribuição vinda do desempenho de Veículos, motos, partes e peças (10,2%).

Principais atividades

Móveis e eletrodomésticos, com aumento de 11,0% no volume de vendas frente a janeiro de 2019, exerceu o maior impacto positivo na formação da taxa total do comércio varejista de janeiro de 2020, após aumento de 18,6% registrado no mês de dezembro. Com isso, o acumulado nos últimos doze meses, ao passar de 3,6% até dezembro para aumento de 4,8% em janeiro, mantém ganho de ritmo observado desde agosto de 2019, último ponto negativo registrado pela série da atividade para este indicador (-0,8%).

Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, etc., teve alta de 7,6% no volume de vendas em relação a janeiro de 2019, no sétimo avanço consecutivo e exerceu a segunda maior contribuição positiva ao resultado do varejo. O acumulado nos últimos doze meses registrou taxa de 6,2%, resultado próximo ao assinalado em dezembro de 2019 (6,1%).

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria registraram aumento de 7,1% nas vendas frente a janeiro de 2019 e foi a terceira maior contribuição positiva na taxa global do varejo, registrando a trigésima terceira variação positiva consecutiva, na comparação com igual mês do ano anterior. Em termos de resultado acumulado nos últimos doze meses até janeiro (6,8%), o setor mostrou estabilidade pelo terceiro mês consecutivo.

Tecidos, vestuário e calçados registrou taxa positiva de 4,2%, em relação a janeiro de 2019, após resultado próximo a estabilidade em dezembro (-0,1%). Com isso, o indicador acumulado nos últimos doze meses, ao passar de acréscimo de 0,1% em dezembro de 2019 para   0,5% em janeiro de 2020, interrompeu a trajetória descendente no ritmo de vendas, iniciada em julho de 2019 (1,3%).

Livros, jornais, revistas e papelariamostrou aumento de 3,7% frente a janeiro de 2019, segundo mês de crescimento após uma sequência de 28 taxas negativas. Com isso, a análise pelo indicador anualizado, acumulado nos últimos doze meses, embora no campo negativo desde março de 2014 (-0,2%), mostrou redução de 4,1 p.p. ao passar de -20,7% em dezembro para -16,6% em janeiro de 2020.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com recuo de 2,8% frente a janeiro de 2019, teve a segunda taxa negativa após seis taxas positivas consecutivas nessa comparação. Com isso, o segmento exerceu o maior impacto negativo sobre a taxa do varejo. Além disso, o acumulado nos últimos doze meses, após avanço de 0,4% até dezembro, registrou estabilidade (0,0%) em janeiro.

Combustíveis e lubrificantes, com recuo de 2,3% no volume de vendas em relação a janeiro de 2019, exerceu a segunda maior contribuição negativa para o resultado total do varejo. A elevação dos preços de combustíveis, acima da variação média de preços, é fator relevante que vem influenciando negativamente o desempenho do setor. Com isso, o indicador anualizado, acumulado nos últimos doze meses (0,3%) mostrou perda de ritmo em relação ao acumulado até dezembro (0,6%).

Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação mostrou recuo de 6,7% em relação a janeiro de 2019. O indicador acumulado nos últimos doze meses (0,1%) reduz ritmo nas vendas em relação a dezembro (0,8%).

Varejo ampliado

Veículos, motos, partes e peças subiu 10,2% em relação a janeiro de 2019, sua décima taxa positiva seguida, exercendo a maior contribuição no mês para o varejo ampliado. O acumulado nos últimos doze meses, ao registrar 10,1% até janeiro, ficou praticamente estável em relação ao acumulado até dezembro (10,0%).

Material de Construção com aumento de  2,5% em relação a janeiro de 2019, após avanço de 4,9% em dezembro de 2019, teve a quinta taxa positiva consecutiva, nessa comparação. Com isso, o acumulado nos últimos doze meses, ao passar de  4,2% em dezembro para 4,3% em janeiro, manteve trajetória de crescimento iniciada em agosto de 2019.

* Imagem reprodução

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