O Indicador Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o Brasil, recuou 0,9% em maio deste ano contra o último mês de abril, já descontados os efeitos sazonais, de acordo com dados apurados pela Boa Vista. No acumulado em 12 meses, o indicador vem praticamente mantendo o ritmo observado desde o início do ano e subiu 1,8% em maio.
Os últimos resultados do indicador revelam a continuidade da tendência de enfraquecimento do comércio. Fatores como alto nível de desocupação e subutilização da mão de obra, queda da confiança e tímido crescimento da atividade econômica continuam sendo os principais entraves para uma evolução mais robusta do setor. Sem sinais de melhora no cenário econômico, espera-se que o varejo mantenha o ritmo atual ao longo de 2019.
Na análise mensal, dentre os principais setores, “Móveis e Eletrodomésticos” apresentou queda de 5% em maio, descontados os efeitos sazonais. Nos dados sem ajuste sazonal, o acumulado em 12 meses avançou 0,8%. A categoria de “Tecidos, Vestuários e Calçados” recuou 2,5% no mês, sem considerar os efeitos sazonais. Nos dados acumulados em 12 meses houve queda de 0,1%.
Os dois setores, que são mais dependentes da propensão ao endividamento dos consumidores, tendem a sofrer mais com a queda da confiança e o fraco crescimento da renda, direcionada aos itens de primeira necessidade.
A atividade do setor de “Supermercados, Alimentos e Bebidas” registrou aumento de 0,2% na série dessazonalizada. Na série sem ajuste, a variação acumulada subiu 2,4%.
Por fim, o segmento de “Combustíveis e Lubrificantes” subiu 0,3% em maio considerando dados dessazonalizados, enquanto na série sem ajuste, a variação acumulada em 12 meses avançou 1,3%.
O indicador de maio evidencia, portanto, que nem mesmo o Dia das Mães, segunda data comemorativa mais importante para o comércio, foi suficiente para reverter o quadro de enfraquecimento das vendas do varejo.
De acordo com números da própria Boa Vista, as vendas do comércio para o Dia das Mães cresceram 1,7% em 2019, menos do que os 4% registrados em 2018.
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