Posicionamento estratégico e foco na execução
Valorizo o pensamento de que a eficiência operacional não é o oposto da inovação e modernização. Não se tem longo prazo se o resultado não vier agora. Inovação te leva para o futuro, mas sem sustentação a empresa não se desenvolve e pode morrer. Sou fã das empresas que fazem “mais com menos” e alcançam o equilíbrio entre eficiência operacional e inovação. E isso tem total relação com posicionamento estratégico, foco na execução e, consequentemente, a multipolarização nos negócios.
A multipolarização nos negócios
Um tema importante no ambiente de negócios e no varejo com um todo, é a multipolarização. O ambiente de varejo está mudando em ritmo veloz, como consequência do cenário atual, mais plural e diverso. Um resultado importante dessa transição, que afeta diretamente as lojas, é a polarização entre o varejo que oferece VALOR e aquele que investe em DIFERENCIAÇÃO. Além destas duas vertentes, uma terceira começa a despontar, impulsionada pelas demandas cada vez mais complexas dos consumidores, baseada em SOLUÇÃO. Desta forma, configura-se a multipolarização do varejo, envolvendo VALOR, DIFERENCIAÇÃO e SOLUÇÃO.
De alguma maneira, esses três polos geram modelos próprios, cada um deles com suas características e pressupostos. Os negócios posicionados à margem desses polos, tendem a perder relevância e assumem maiores riscos. Este tema teve início no artigo do Marcos Gouvêa de Souza e aproveito o conceito amplamente comentado no artigo para destacar aqui as principais características das empresas posicionadas no vetor VALOR:
- Preço inferior à média do mercado
- Alta eficácia operacional
- Alto investimento em tecnologia
- Pouco investimento em pessoas
- Oferece o básico bem feito
- Entrega o que promete
- O consumidor não tem dúvida do que vai encontrar
- Pautado pelas necessidades dos consumidores – mais razão que emoção
- Não atende somente público de baixa renda – um equívoco pensar diferente disso
E como isso acontece na prática?
Na escolha certa do sortimento de produtos e alocação nas lojas corretas, garantindo com isso o atendimento às necessidades dos consumidores alvo;
Na definição de um modelo de abastecimento e reposição eficientes, integrados e sem gargalos na cadeia;
Com a liderança unida na visão para acelerar os passos e obter os resultados. Com equipe sabendo exatamente o que tem que ser feito. Gestores no chão de loja e com o mínimo de atividades burocráticas e, muitas vezes, cobrindo mais de uma loja;
Com suporte de processos simples, ferramentas e automação para suportar o atendimento, a venda e as rotinas em lojas, visando o aumento da produtividade da equipe e redução de despesas. Para os negócios que operam Food Service em loja, o caminho é a centralização da manipulação, uso de equipamentos modernos para finalização do produto e consumo em loja;
Na clareza nas metas e métricas que condicionam a equipe e tem como foco a venda e a satisfação do cliente;
Em lojas compactas e integradas digitalmente com outros canais de vendas e relacionamento;
Na redução do capex e opex da loja sem perder a essência do projeto arquitetônico e experiências relevantes na jornada de compra. Essa frente é de extrema importância e condiciona o uso de materiais mais baratos e inteligentes. Onde o mobiliário é apoio, pois o protagonista sempre será o produto. Explora o uso de iluminação natural quando possível. Baixo custo de manutenção e, principalmente, que a limpeza não necessite de profissionais especializados;
No fim dos caixas/ check-outs como conhecemos hoje;
Atuando melhor que a concorrência;
E, para encerrar, prioridade onde tem o maior ROI (retorno sobre os investimentos) para as escolhas certas.
Notas:
1- Em 30 de agosto, durante o Latam Retail Show, no Expo Center Norte, em São Paulo, haverá um painel com três empresas que buscam o equilíbrio entre eficiência operacional e inovação em seus negócios e mercados de atuação. Nele, teremos a oportunidade de exploram ainda mais os conceitos contidos neste artigo. As empresas presentes serão:
Brascol – Loja de atacado de vestuário e acessórios para bebê e infantil. A empresa precisa ser muito ágil e rápida no processo de atendimento e vendas para seu público alvo. Por conta disso, buscou apoio na tecnologia de RFID para aumentar a produtividade em loja = vender mais.
Carrefour Express – Loja de conveniência e proximidade que vem ganhando rapidamente o gosto dos consumidores dos grandes centros, principalmente na cidade de São Paulo. A “laranja mecânica”, como dizem alguns, vai nos contar como trabalham para aumentar a produtividade = vender mais.
Cencosud Colômbia – Tem uma rica experiência que mescla muito bem a eficiência e produtividade por meio do uso da tecnologia, revisão de processos e gestão. E vai dividir esse caso de sucesso conosco.
2- Nós da GS&Consult somos experts em varejo e relações de consumo. Estamos comprometidos em ajudar as marcas a avaliar e superar esses desafios e apoiamos no desenvolvimento de suas estratégias e na construção de suas operações de varejo e distribuição. Saiba mais no nosso site www.gseconsult.com.br
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