O mercado de substitutos vegetais para leite e derivados vem crescendo no Brasil. Para a Associação Brasileira de Supermercado (Abras), a demanda por alimentos vegetarianos e veganos é superior à oferta atual. O cenário brasileiro do momento é igual ao que já foi observado nos Estados Unidos.
De acordo com estimativas da associação, os produtos vegetarianos correspondem à maior parte do faturamento do segmento de produtos naturais, que chega a R$ 55 bilhões por ano. Empresários estimam ainda que o mercado vegano tenha crescido a uma taxa anual de 40%, nos últimos anos, em média.
Atualmente, 14% da população se declara vegetariana, segundo dados do Ibope Inteligência, encomendados pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). Nas capitais, como São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro, o percentual é de 16%. Isso representa um aumento de 75% na quantidade de vegetarianos nessas regiões. Além disso, 55% dos brasileiros consumiriam mais produtos veganos, se existissem indicações sobre esses itens no ponto de venda.
A aposta do momento da indústria vegetariana no Brasil é nos produtos lácteos de vegetais, que substituem o leite de origem animal. A demanda por estes produtos também vem de pessoas que têm alguma doença ou intolerância ao leite convencional e buscam um substituto.
Para Cristina Souza, diretora-executiva da GS&Libbra, a transição alimentar é o termo que define o momento de consumo do brasileiro. “Ainda não sabemos tudo o que será modificado, mas sem dúvida nunca mais nos alimentaremos como fazíamos há 5 ou 10 anos atrás. Saudabilidade, transparência da cadeia, crueldade animal e posição política são alguns dos motivos ditos pelos consumidores. Isso é positivo porque gera novas oportunidades na cadeia de fornecimento, mas exige rapidez dos operadores para colocar em prática”, disse.
A fabricante brasileira Vida Veg está investindo neste mercado e irá abrir uma nova fábrica para a produção de substitutos lácteos, como iogurtes, shakes, queijos e leites de coco, castanha de caju e amêndoas. . Anderson Rodrigues, diretor executivo da Vida Veg, afirmou: “A produção de cada litro de leite de amêndoas ou de coco demanda 70% menos água em comparação ao leite de vaca, além de não precisar explorar nenhum animal”. A marca grega Violife deve chegar este mês ao mercado brasileiro, com linhas de queijos como prato, provolone, mozzarella e parmesão.
Atualmente, o mercado americano de produtos vegetarianos está mais desenvolvido que o brasileiro. De acordo com pesquisa Nielsen, o mercado de leites vegetais nos Estados Unidos cresceu 20% no volume de vendas, no ano passado. As receitas destes produtos cresceram 9%, atingindo US$ 1,6 bilhão e representando um percentual de 13% do mercado total de leites. Os iogurtes (+55%), queijos vegetais (+43%) ocuparam lugar de destaque, seguidos pelas carnes vegetais (+24%) e ovos/maioneses (+16%).
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