Nos últimos anos, o conceito de Social Selling tem ganhado cada vez mais relevância no mercado. À medida que o comportamento do consumidor evolui, as marcas precisam encontrar novas formas de se conectar com seus públicos. Nesse contexto, o papel dos influenciadores digitais tornou-se central, servindo como um elo entre as empresas e os consumidores, ao promover produtos e serviços de maneira autêntica e humanizada.
No recente painel que apresentei durante o Latam Retail Show, abordei o tema Social Selling e discutimos como ele está moldando o futuro do marketing digital. A ideia central do Social Selling é que marcas e consumidores façam parte da mesma comunidade, onde a troca de ideias, valores e estilos de vida cria uma conexão real e duradoura. Essa conexão é a chave para o sucesso nas vendas de hoje e do futuro.
A Força das Comunidades Digitais
Dados recentes mostram que o número de usuários em comunidades digitais deve crescer de 1,5 bilhão em 2020 para 1,8 bilhão até 2025, conforme reportado pelo MIT Technology Review e McKinsey & Company. As marcas que investem em comunidades digitais têm três vezes mais chances de superar seus concorrentes, com menor custo de aquisição de clientes (CAC) e maior rentabilidade. Isso ocorre porque essas comunidades geram feedback constante, impulsionando a inovação e permitindo uma melhor compreensão das tendências de mercado.
Marketing de Influência em Expansão
O marketing de influência, que começou com um mercado de apenas US$ 1,7 bilhão em 2016, cresceu para um tamanho estimado de US$ 16,4 bilhões em 2022. Foi então previsto um aumento adicional de 29%, alcançando uma estimativa de US$ 21,1 bilhões em 2023. Apesar desses números impressionantes, o setor ainda deve ver uma expansão mais robusta, com o Influencer Marketing Hub prevendo que o mercado atinja um tamanho estimado de US$ 24 bilhões até o final de 2024, indicando um forte crescimento contínuo no marketing de influência, mesmo diante de condições econômicas desafiadoras.
Marketing de Influência: o pilar do Social Selling
O Social Selling envolve quatro pilares essenciais: Social Listening, que foca no acompanhamento de conversas e interações nas redes sociais para entender as necessidades do público; Branding, que posiciona a marca como uma especialista confiável; Content Media, com ênfase na construção de conteúdo relevante e o uso do Marketing de Influência; e Building Relationships, que fortalece o relacionamento com o público a longo prazo, criando conexões genuínas.
Dentro desse contexto, o Marketing de Influência se destaca como o principal fio condutor do Social Selling. A autenticidade e a criatividade dos influenciadores digitais transformam as histórias das marcas, tornando-as mais memoráveis e cativantes. Segundo o Influencer Marketing Hub, 63% dos profissionais de marketing aumentaram seus orçamentos para marketing de influência em 2021. Além disso, a pesquisa revelou que o setor cresceu de $1,7 bilhão em 2016 para uma projeção de $13,8 bilhões em 2021, mostrando o poder desse modelo de marketing.
Os influenciadores emprestam seus valores e reputações às marcas, contribuindo para a humanização e para a criação de conexões genuínas com o público. Essa relação de confiança e proximidade é essencial para gerar conversões e fidelizar clientes.
Diversidade no Marketing de Influência
Durante o painel, ao lado de Michelle Tsufa da Costa – diretora executiva da Stanley, Daniela Aguiar – gerente de marketing da Carmed e Leonardo Diniz Jorge – diretor do Grupo Drogaria Iguatemi, também exploramos as diferentes modalidades de influenciadores, desde os criadores de conteúdo gerado por usuários (UGC), que trazem autenticidade ao conteúdo das marcas, até os profissionais técnicos e empreendedores que utilizam sua credibilidade para endossar produtos e serviços.
Cada tipo de influenciador desempenha um papel crucial na jornada do consumidor, desde a conscientização inicial até a decisão de compra. Isso demonstra como o Social Selling vai muito além de uma simples postagem patrocinada, envolvendo uma estratégia integrada que abrange diversas etapas do funil de vendas.
Principais Insights do painel
Ao final do painel, destacamos quatro ensinamentos que são fundamentais para qualquer marca que deseja implementar o Social Selling:
Construa comunidades autênticas: foco em criar comunidades envolventes e reais, onde consumidores possam interagir diretamente com a marca e influenciadores.
Invista em microinfluenciadores: influenciadores menores tendem a ter audiências mais engajadas, o que pode gerar maior impacto nas vendas.
Personalize a jornada do cliente: entender o comportamento e as necessidades do público é crucial para proporcionar uma experiência única e relevante.
Meça resultados além de likes: métricas de conversão, como vendas e engajamento real, são mais importantes que curtidas e visualizações.
O Social Selling não é apenas uma tendência passageira, mas uma evolução natural da maneira como as marcas se conectam com os consumidores. Ao entender e aplicar essas estratégias, as empresas podem construir relacionamentos mais sólidos e impulsionar suas vendas em um mercado cada vez mais competitivo.
Bruna Pavão é fundadora e CEO da SaudaBe Group.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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