A National Retail Federation prevê que as vendas no varejo dos EUA devem crescer entre 6,5% e 8,2% neste ano, para mais de US$ 4,33 trilhões. A previsão, divulgada nesta quarta-feira (24), tem como base o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a aceleração da reabertura da economia.
“Apesar dos desafios contínuos de saúde e econômicos que a Covid-19 apresenta, estamos muito otimistas de que a demanda reprimida e a distribuição generalizada da vacina irão gerar maior crescimento econômico, vendas no varejo e gastos do consumidor”, afirmou o CEO da NRF, Matthew Shay.
Ele destacou que, desde o início da pandemia, os varejistas foram até além das diretrizes de segurança mais conservadoras para proteger e atender a seus associados e consumidores. “Os varejistas estão cada vez mais empenhados em trabalhar com autoridades de saúde federais, estaduais e locais para distribuir e administrar a vacina. Essa parceria foi fundamental para nossa saúde econômica durante a pandemia e continuará este ano.”
Alta em 2020 foi maior do que a prevista
Os primeiros resultados mostram que as vendas no varejo em 2020 cresceram 6,7% em relação a 2019, para US$ 4,06 trilhões, quase dobrando a previsão da NRF de pelo menos 3,5% de crescimento – o que não levava em consideração o impacto de uma pandemia global. Em 2019, o crescimento foi de 3,9%.
As vendas online e outras negociações fora da loja dispararam para 21,9% do total, para um total de US$ 969,4 bilhões, conforme os consumidores foram migrando para o comércio eletrônico. Os números excluem concessionárias de automóveis, postos de gasolina e restaurantes.
A temporada de férias de novembro a dezembro de 2020 foi responsável por quase um quinto (19,4%) do total das vendas anuais no varejo. As vendas durante esse período aumentaram inesperadamente 8%, para US$ 787,1 bilhões. As vendas fora da loja e outras vendas online representaram US$ 206,9 bilhões do total das vendas de fim de ano, um aumento de 22,6% em relação ao ano anterior.
Crescimento mais rápido em duas décadas
A NRF prevê que as vendas no varejo em 2021 sejam estimadas em um total entre US$ 4,33 trilhões e US$ 4,4 trilhões. As vendas online, que estão incluídas no total, devem crescer entre 18% e 23%, para algo entre US$ 1,14 trilhão e US$ 1,19 trilhão.
A federação espera que a economia geral ganhe entre 220 mil e 300 mil empregos por mês em 2021, seguindo o ritmo de avanço da economia no segundo e terceiro trimestres. Apesar da estagnação da economia no final do ano passado, a NRF prevê um crescimento real do PIB entre 4,5% e 5%.
“A trajetória da economia é baseada na eficácia da vacina e sua distribuição”, disse o economista-chefe da NRF, Jack Kleinhenz. “Nossa principal premissa é que a vacinação será eficaz e permitirá um crescimento acelerado no meio do ano. A economia deve ter seu crescimento mais rápido em mais de duas décadas.”
Comportamento positivo do consumo
Kleinhenz observou que 2021 marca o segundo ano de poupança, valorização recorde de ações, aumento dos preços das casas, maior apoio do governo e taxas de juros baixas recorde, fatores que contribuem para o comportamento positivo da economia e do consumo.
Além disso, Kleinhenz disse que as famílias continuarão consumindo bens de varejo, mas recorrerão aos serviços quando puderem, que normalmente respondem por 70% dos gastos. As famílias estão se tornando apegadas à conveniência e à seleção de produtos de compra online.
Como os dados disponíveis e os fatores que envolvem a economia estão sujeitos a mudanças devido a várias circunstâncias atenuantes, a NRF atualizará suas estimativas ao longo do ano.
A NRF promove, todos os anos, o Retail’s Big Show, maior evento de varejo do mundo. Em 2021, o evento foi dividido em dois capítulos: o primeiro foi 100% virtual e realizado em janeiro. O segundo, também online, será no mês de junho. O portal Mercado&Consumo faz a cobertura completa do evento.
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