Apesar de 47,74% das empresas estarem atentas à discrepância entre o maior salário e a média salarial dos demais funcionários, apenas 15,58% estabelecem metas para reduzir a desigualdade salarial dentro da companhia, segundo a quinta edição da Pesquisa Diversidade e Inclusão nas Empresas 2022/2023, realizada pelo Instituto Ethos e a Época Negócios.
Segundo o levantamento, apenas 32,66% das empresas estabeleceram metas para promover a representatividade de funcionários negros, de acordo com o perfil demográfico regional, e 75,88% afirmaram que não há diferenças salariais entre funcionários brancos e negros.
“Elegemos o tema das desigualdades, e em especial as de salário e renda nas empresas, como prioridade da atuação do Ethos em 2023. Os resultados da nossa pesquisa reafirmam que há muito a fazer ainda nesse sentido”, afirma Caio Magri, presidente do Instituto Ethos.
Também houve uma melhoria na proporção de empresas que adotaram a diversidade e inclusão em seus programas de remuneração variável: anteriormente, apenas 34% das empresas adotavam essa abordagem, mas esse número subiu para 37,69%. Além disso, 43,65% estabeleceram metas para reduzir a desigualdade entre funcionários negros e brancos nos cargos de gerência e executivos.
Magri comenta que é necessário criar e mensurar políticas públicas e empresariais que auxiliem na redução das desigualdades, ou o País enfrentará imensas dificuldades em seu desenvolvimento econômico e social.
Desigualdade salarial entre homens e mulheres
A pesquisa mostra que 66,33% das empresas estão empenhadas em reduzir a disparidade salarial entre gêneros quando exercem a mesma função. Entre os entrevistados, 43,22% afirmam priorizar as mulheres nos planos de sucessão das áreas centrais do negócio, enquanto 53,27% estabeleceram metas para garantir que pelo menos 30% dos cargos de liderança sejam ocupados por mulheres até 2030.
No entanto, houve pouca variação desde o último ano entre as empresas que estabeleceram metas para reduzir a desigualdade de gênero em seus cargos gerenciais e executivos, passando de 58,66% para 59% das respostas.
No início deste mês, foi aprovada pela Câmara uma proposta que visa implementar medidas para garantir a igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções. Essa proposta também tornar obrigatória a divulgação de relatórios de igualdade salarial pelas empresas. Atualmente, o projeto está em análise no Senado.
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