O setor de foodservice passa por transformações intensas e contínuas, que vão muito além da troca de cardápios ou embalagens. O novo momento exige entenderas mudanças do comportamento do consumidor, operar com inteligência e entregar valor real. Esse foi um dos principais aprendizados na NRA Show 2025, principal feira de foodsevice no mundo, em Chicago, Estados Unidos, e trazida para o Connection Foodservice Day, realizado nesta segunda-feira, 26, em São Paulo.
Uma das principais mudanças vem da mentalidade do consumidor. A lógica do “mais barato” dá lugar ao “vale a pena?” Isso não significa que o preço deixou de ser importante, mas que ele precisa vir acompanhado de conveniência, sabor, saúde e propósito.
A tecnologia é outro fio condutor dessa reinvenção. As vendas digitais representam 17% do total no mercado americano de foodservice e seguem crescendo. Aplicativos, autoatendimento, sistemas de recomendação baseados em IA e operação remota já fazem parte do dia a dia das redes.
“Quando a gente discute, pensa e olha as soluções que a feira trouxe, nós vimos a aplicação da Inteligência Artificial na automação básica, nas tarefas do dia a dia, no chatbot aplicado ao atendimento de consumidor, seja no delivery, seja em vários formatos, como o WhatsApp, que é mais frequente no Brasil”, conta Cristina Souza, CEO da Gouvêa Foodservice.
A ascensão do modelo fast casual, que entrega conveniência com qualidade, é o outro ponto de destaque. Menus mais enxutos, ingredientes naturais, preparo sob demanda e foco na experiência estão ajudando marcas desse segmento a crescer enquanto as gigantes do fast-food veem queda de fluxo.
O uso de dados para entender as preferências e sugerir combinações adequadas não é mais exclusividade do varejo digital: chegou com força ao foodservice. É o fim do cardápio único para todos. Em seu lugar, surgem experiências construídas com base no comportamento de consumo de cada cliente.
A inovação no cardápio não se limita a novos sabores. O conceito de “inovação 50-50” – metade indulgência, metade saudabilidade – norteia o desenvolvimento de produtos que unem prazer e bem-estar. É o caso da 50 Cut, que combina cogumelos com carne em receitas balanceadas, de olho tanto na saúde do cliente quanto na sustentabilidade ambiental.
“50% desse conceito é sabor e experiência, e 50% é relacionado a adaptação e a criação de ofertas. Esse movimento também está relacionado a questões de saudabilidade e conectado com o movimento do segmento de plant-based, que está reformulando suas receitas, buscando entregar maior qualidade e valor percebido para o consumidor, além de transparência em relação aos produtos”, afirma Júlia Diaz, consultora de Projetos da Gouvêa Foodservice.
Imagem: Envato