Consumidores mais otimistas são os que possuem menor poder aquisitivo e, possivelmente, sobre os quais haverá um maior impacto da liberação dos recursos do FGTS nos próximos meses, diz pesquisadora.
O índice de confiança do consumidor, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), avançou 1,1 ponto em agosto, para 89,2 pontos, o maior valor desde abril desse ano (89,5 pontos).
Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens, diz que o resultado mostra uma recuperação da situação atual mas ainda há queda das expectativas. “Apesar de os consumidores apostarem em uma melhora da situação financeira das famílias nos próximos meses, o ímpeto para consumir continua diminuindo, mostrando que todas as classes de renda estão cautelosas. Isso está relacionado com a sustentabilidade da recuperação do orçamento familiar e do nível de endividamento das famílias, já que os consumidores mais otimistas são os que possuem menor poder aquisitivo e, possivelmente, sobre os quais haverá um maior impacto da liberação dos recursos do FGTS nos próximos meses. Contudo, as perspectivas desses consumidores sobre mercado de trabalho continuam caindo”, explica.
Pelo segundo mês consecutivo, a satisfação em relação ao momento atual melhorou, enquanto as expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O índice de situação atual aumentou 3,4 pontos, para 78,7 pontos, o maior valor desde abril de 2015 (78,9), enquanto o índice de expectativas recuou 0,5 ponto, para 97,2 pontos, se mantendo em patamar abaixo do nível neutro de 100 pontos pelo quinto mês consecutivo.
A análise por faixas de renda mostra que houve aumento da confiança dos consumidores com menor poder aquisitivo (renda familiar mensal até R$ 4.800) e queda para os consumidores de mais alta renda (renda familiar mensal superior a R$ 4.800).
O destaque ficou para os consumidores com renda até R$ 2.100, cujo aumento foi de 5,2 pontos atingindo 89,5 pontos, influenciada por uma melhora das expectativas relacionada a uma perspectiva muito favorável da situação financeira das famílias nos próximos meses, possivelmente atrelada à liberação dos recursos do FGTS, considerando que não há um otimismo em relação ao mercado de trabalho.
Em relação à economia, as avaliações dos consumidores melhoraram pelo terceiro mês consecutivo. O indicador que mede o grau de satisfação com a economia no momento subiu 1,9 ponto, atingindo 82,8 pontos, nível ainda muito baixo em termos históricos. Para os meses seguintes, as perspectivas também avançaram, o indicador que mede o otimismo em relação à economia subiu 2,6 pontos, para 118,0 pontos, acumulando 10,0 pontos em tendência de alta iniciada em maio desse ano.
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