As empresas com dívidas atrasadas no Brasil estão devendo, em média R$ 5.582,90. 56% das companhias inadimplentes possuem pendências que somadas superam a cifra de R$ 1.000. Em média, cada negócio possui duas dívidas em atraso. Os dados fazem parte de um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Em agosto, o volume de empresas negativadas cresceu 4,08% na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar do avanço, a variação é menor do que a apresentada no mesmo mês de 2018, quando a alta fora de 8,99%. Em agosto de 2017, o volume de empresas inadimplentes havia crescido 3,42% e em agosto de 2016, avançou 7,61%.
O maior crescimento da inadimplência nas empresas foi o da região Sul, cuja alta foi de 5,52%, seguida pelo Sudeste, que apresentou aumento de 5,4% no volume de empresas inadimplentes. Nas demais regiões as altas foram menores, o Centro-oeste com 1,85%, o Nordeste com 1,50% e o Norte com 1,47%.
A economia ainda em lenta recuperação não vem ajudando as empresas a recuperar o faturamento e assim, a capacidade de pagamento delas continua prejudicada. “A dificuldade dos empresários em manter os compromissos financeiros em dia está relacionada ao baixo crescimento da economia. Apesar dos sinais de recuperação e da inflação se manter controlada, assim como os juros em menor patamar, há uma considerável distância entre os níveis atuais de atividade e os que antecedem a crise”, afirmou José Cesar da Costa, presidente da CNDL.
O setor que concentra o maior número de empresas negativadas é o comércio. 45% das empresas inadimplentes são estabelecimentos comerciais. O ramo de serviços aparece com a segunda maior participação, concentrando 41% do total de pessoas jurídicas negativadas.
As indústrias respondem por 9% do total de empresas inadimplentes, ao passo que as companhias endividadas do setor agrícola não chegam a 1%. No mês de julho, o maior crescimento de empresas inadimplentes foi no setor de serviços, com variação de 6,75%. No comércio, houve um crescimento de apenas 1,82% e na indústria, alta de 1,51%.
Do lado do setor credor, ou seja, para quem as empresas estão devendo, o destaque é o setor de serviços, que engloba bancos e financeiras e soma mais de 70% das dívidas não pagas. Depois aparecem o comércio (17%) e as indústrias (12%) no ranking de participações.
“Para os próximos meses, espera-se que atividade econômica siga o ritmo de lenta recuperação e que os empresários permaneçam pouco inclinados à tomada de crédito devido ao cenário de grande capacidade ociosa em seus negócios. Em conjunto, esses fatores devem manter o crescimento da inadimplência das empresas em patamares discretos frente à série histórica como um todo”, disse Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
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