Um dos momentos mais importantes para o varejo, a Black Friday deverá ser o motor do setor em novembro. A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) prevê um aumento de até 3% nas vendas do comércio varejista em relação ao mesmo período do ano passado.
O movimento deve ser puxado, principalmente, por supermercados e materiais de construção. Para a data específica, a expectativa é que a demanda por eletroeletrônicos também tenha um desempenho melhor do que o do ano passado.
A Black Friday, que acontecerá no dia 27 de novembro, também servirá como um termômetro para as compras de Natal – que, segundo a Federação, também devem registrar crescimento em 2020. Caso as previsões se confirmem, o varejo terminará o ano com uma queda de 3%, um cenário melhor do que o previsto no início da pandemia de Covid-19.
Mas, se por um lado a Black Friday tem potencial de marcar o início da retomada econômica após um ano adverso, por outro, a abertura gradativa dos estabelecimentos não será suficiente para recuperar as perdas do setor em 2020. O grau de incertezas em relação à economia ainda é grande, principalmente em relação às variáveis de emprego e renda.
Como potencializar o faturamento
A FecomercioSP dá algumas sugestões de práticas que os varejistas podem adotar nesta Black Friday. Confira:
- Planos de fidelização de clientes e descontos em produtos, que costumam ser as principais ações do varejo para a data, agora devem ser postos em prática, considerando um cenário de aumento do desemprego e redução paralela na renda – e, mesmo, na confiança dos consumidores.
- Os empresários até podem reduzir despesas para oferecer preços mais baixos na Black Friday, mas devem tomar cuidado para não comprometer as margens de lucro. Ou seja: para ter um bom resultado ao fim do mês, eles devem ir às contas: mensurar custos, checar o estoque antecipadamente e planejar a gestão de fornecedores para, só então, estipular os descontos que podem oferecer. Caso contrário, corre-se o risco de vender a preços muito baixos para atrair a demanda da Black Friday e contabilizar prejuízos depois que a data passar.
- Para o varejo físico, uma saída pode ser negociar preços com a cadeia de suprimentos já em outubro, especialmente dos produtos que ficaram encalhados ao longo do ano. Já para o e-commerce, a dica é que os varejistas se mantenham atentos ao fluxo do estoque, garantindo que os consumidores recebam os produtos dentro do prazo.
- A gestão de estoques, aliás, deve dar a tônica dos bons resultados do setor nesta Black Friday. Conceder descontos aos produtos que estão parados ou com baixo giro, hoje, é a principal estratégia para lucrar na data.
- A análise dos custos também deve ser feita para levar em conta outra prática comum nessa época do ano: o frete grátis. Em um período no qual muitos varejistas tiveram dificuldades no fluxo de caixa, assumir esse custo para vender mais pode significar, no fim, perdas substanciais.
- É importante ainda, principalmente para o varejo físico, que os protocolos sanitários em meio à pandemia continuem sendo praticados, como limitação no fluxo de pessoas, medição de temperatura e disponibilização de álcool em gel. No caso do e-commerce, medidas como atendimento agendado e serviço de entrega em esquema drive-thru também devem permanecer durante a Black Friday.
- Para as pequenas empresas do setor, enfim, esta Black Friday pode oferecer mais oportunidades do que desafios: com mais gente em casa, a tendência é a demanda também se direcionar para comércios locais. No entanto, eles só terão boas vendas se adotarem estratégias de proximidade com os (novos) clientes: promoções, brindes e mesmo a forma de se comunicar nas redes sociais, desde já, podem fazer toda a diferença.
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