Para definir o título deste artigo fui buscar inspiração no plano de governo do ex-presidente Juscelino Kubitschek. “Cinquenta anos em cinco”, marca do desenvolvimentismo, já que o ideal era trazer ao Brasil desenvolvimento econômico e social. Segundo JK, se com outros governantes este processo levaria cinquenta anos, com ele levaria apenas cinco.
E baseado neste pensamento que transporto para os dias atuais essa reflexão em relação aos desafios dos negócios e, principalmente, das operações de varejo.
Estamos rodeados de dúvidas em época de Covid-19, mas é fundamental que líderes e executivos permitam-se olhar acima das nuvens. E para isso é preciso se distanciar, observar outras perspectivas, enxergar além do óbvio e não olhar somente para onde todos estão olhando.
Ao analisar as macrotendências do varejo, adiciono mudanças recentes no comportamento dos consumidores, uma pitada de incerteza em relação à retomada do consumo e após a mistura destes ingredientes, finalizo de forma convicta que chegou a hora de RESSIGNIFICAR o seu negócio para o pós Covid-19.
E ressignificar no sentido literal da palavra quer dizer atribuir um novo significado a; dar um sentido diferente a alguma coisa.
Convido a refletir considerando um passado não muito distante, o que está acontecendo agora no presente e provocações para futuro.
O que víamos de diferente e que nos atraía de fato quando andávamos pelos corredores dos shoppings e ruas comerciais Brasil afora?
Será que somente para mim a quantidade de lojas e marcas com baixa relevância e quase nenhum diferencial é o que se destaca?
Pois bem. É disso que estou falando. Se antes da Covid-19 (AC) a necessidade de provar a que veio e porque sua loja existia era mais do que necessário, agora depois da Covid-19 (DC) é questão de sobrevivência e perenidade.
Entretanto precisamos ter cautela e planejamento para que a transformação ocorra de forma adequada e sem “colocar o carro na frente dos bois”. Mudar a loja é o meio do processo de transformação e não o início dele.
Nas discussões estratégicas que temos feito junto aos nossos clientes reforçamos que é preciso encontrar a convergência de prioridades. Pois nenhuma estratégia é do tipo copiar e colar. Respeito à realidade local, momento da empresa, vontade de mudar e capital para investir são variáveis controláveis fundamentais para o sucesso da transformação.
Ainda mais em um mundo repleto de incertezas. O certo é que velocidade e dinamismo para a transformação são fundamentais.
O varejo não será mais só́ físico ou só́ digital, não será só́ tecnologia ou só localização, não será só́ sistemas ou só atendimento, não será só́ oferta de produtos ou só́ serviços. É tudo isso junto e misturado. A combinação desses elementos e uma dose de ousadia chegamos no Blended Retail 3D (Global-Dinâmico-Digital).
E como podem observar na ilustração, antes de mais nada, o PROPÓSITO.
Motivo fundamental pelo qual o negócio foi criado. Negócios com PROPÓSITO se tornaram mais atraentes para os consumidores e para a sociedade. Assim, além de gerar ROI para o acionista, também fazem a diferença social. Estamos vivenciando isso mais do que nunca durante a pandemia. As marcas que estão fazendo algo pela sociedade nesse momento serão as escolhas dos consumidores em um futuro não muito distante.
Não preciso dizer que o consumidor é a bússola e ele se movimenta de forma ainda mais rápida que os negócios. Nunca antes mapear e entender a jornada do consumidor foi tão necessário como nos dias atuais.
Enfim, fica claro pela ilustração que existem diversos elementos, combinados ou não, que são necessários para RESSIGNIFICAR o seu negócio.
E o tempo joga contra. O rápido se tornou imediato. Se antes era permitido procrastinar ou até ter prazos confortáveis, agora não mais. E a lição de JK cai como uma luva.
O processo de transformação digital remendado precisa ser revisto e entrar na lista de prioridades.
Para isso temos que encarar os inimigos do tempo no dia a dia, no entanto, pode ser mais complicado do que se imagina. Resistir às tentações da procrastinação é um grande desafio e exige, entre outras coisas, autocontrole, disciplina e, claro, planejamento. A tarefa é árdua, mas pode ser muito recompensadora e os resultados não demoram para aparecer.
E muito importante, não queira fazer tudo sozinho.
Diante de um plano de metas ágil e conciso, precisamos tomar consciência de que todo e qualquer ponto de vista foi construído com base em verdades relativas, uma vez que, são vivências e experiências individuais.
Para encerrar o artigo fica a missão de rever tudo, pois o provérbio “Espere o melhor, prepare-se para o pior e aceite o que vier” pode não ser o mais confortável para o momento. Tenha método e dinamismo para testar, errar e fazer novamente e melhor, de forma ágil. Isso não quer dizer rápido. Se você quer ir rápido vá sozinho, mas se quiser ir longe vá acompanhado e pode contar com parceiros de negócios para isso.
NOTA: nós da GS&Consult somos experts em varejo e relações de consumo. Estamos comprometidos em ajudar as marcas a avaliar e superar esses desafios e apoiamos no desenvolvimento de suas estratégias e na construção de suas operações de varejo e distribuição. Saiba mais no nosso site.
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