Por Giuliana Grinover*
Se somarmos todos os custos e despesas de uma operação de duas empresas diferentes mais melhorias em processos, e dividirmos por dois, esse número é menor que a operação de uma empresa sozinha? Como fica a qualidade das atividades? Quais as atividades e processos que podemos juntar de duas operações/empresas? Podemos juntar operações de empresas concorrentes num mesmo lugar? Somente as atividades transacionais e rotineiras? Muitas perguntas que merecem atenção e estudo para serem respondidas!
O CSC – Centro de Serviços Compartilhados é uma forma encontrada para responder as perguntas. Assim, vou relembrar algumas definições que encontramos publicadas:
1.
“Os serviços compartilhados consistem em um ambiente no qual uma determinada empresa pode absorver atividades que apoiam os principais processos do negócio de cada uma de suas demais unidades de negócio, consolidando tais atividades em uma unidade de operação principal.” (SILVA et al., 2006);
2.
“A concentração dos recursos da empresa, atuando com atividades, difundidas por meio da organização, a fim de servir a múltiplos parceiros internos, a baixo custo e com alto nível de serviços, com o objetivo comum de satisfazer os clientes externos e acrescentar valor à empresa.” (SCHULMAN, 2001);
Pra nós, o CSC é uma empresa que realiza atividades repetitivas e rotineiras, com qualidade e produtividade, garantindo níveis de serviço acordados entre as partes envolvidas, promovendo que as demais atividades core das empresas sejam realizadas com melhor eficiência. Porém, essa definição está sendo alterada, estamos acrescentando atualmente, atividades estratégicas, trazendo complementaridade aos negócios, aproveitando o que as empresas fazem de melhor e dividindo com outras empresas, concorrentes indiretos ou negócios complementares.
Menores custos e especialização continuam sendo um dos maiores motivadores na busca de um CSC, conforme pesquisa publicada.
Fonte – Deloitte
A terceirização de atividades rotineiras confunde-se nesse cenário às atividades do CSC. Claro! Para que montar um CSC e administrá-lo quando já existem no mercado empresas para terceirização das atividades rotineiras já prontas e estruturadas, por exemplo, atividades de folha de pagamento, contratação de um operador logístico.
Estamos num momento na economia que nos obriga a pensar e repensar o formato como trabalhamos e quais as opções para nossa sobrevivência. Pequenas e médias empresas estão se juntando e fazendo estudos nesse sentido. Se não juntar, sobrevivem?
Algumas dicas rápidas ao iniciar os estudos:
- Mente aberta. É preciso ter abertura para as mudanças, seja em pessoas, processos e tecnologia, assim como desapego ao que temos feito até o momento. Mudar é preciso e deve ser agora!;
- Orientação por processos já que um CSC trata de atividades transacionais e rotineiras. Caso os estudos evoluam para os cenários mais estratégicos, pense em trocar mais experiências e compartilhar boas práticas;
- Governança – transparência na disponibilização das informações dos negócios e processos envolvidos, tratamento justo para todas as partes envolvidas no CSC, prestação de contas das atividades e decisões tomadas ao longo do tempo, responsabilidade corporativa para garantir e zelar pela saúde econômica e financeira das empresas.
Junte a tudo isso seus números e as alternativas aparecerão nos estudos. Muitas vezes pode não ser necessário juntar-se a ninguém. Simplesmente faça diferente.
Esse assunto vai ser tratado de forma muito produtiva no workshop gratuito “Muito mais que um CSC: Estratégia Disruptiva de Supply Chain”, que acontece em 18/out das 8h às 10h. Inscrições no link https://lnkd.in/dqXMW98
*Giuliana Grinover (giuliana.grinover@gsagr.com.br) é sócia e head da GS&AGR Consultores