Com um volume geral de vendas (GMV) estimado entre R$ 25 bilhões e R$ 39 bilhões, o TikTok Shop pode representar de 5% a 9% do e-commerce brasileiro até 2028, segundo um relatório divulgado pelo Santander. O estudo destaca que marcas e varejistas não podem se dar ao luxo de não dominar o TikTok. O relatório é assinado pelos analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.
No Brasil, de acordo com dados da Data.ai, Kepios e Meltwater, analisados pelo Santander, o TikTok conta atualmente com 111 milhões de usuários no país, sendo o terceiro maior mercado global, atrás da Indonésia (161 milhões) e dos Estados Unidos (138 milhões), onde a plataforma pode ser banida.
Um equívoco comum entre os varejistas é a percepção de que o TikTok é uma plataforma voltada apenas para o público jovem. Na realidade, 51% dos usuários têm entre 25 e 44 anos, enquanto 33% estão na faixa dos 18 aos 24 anos, o que demonstra que a ideia de que o aplicativo é dominado pela geração Z está desatualizada. Cada brasileiro passa, em média, uma hora por dia na plataforma — 33% a mais do que no Instagram — e o engajamento no TikTok é de três a quatro vezes maior do que na rede concorrente.
Além da grande audiência, a oportunidade para marcas e varejistas está no fato de que, no TikTok Shop, 71% das descobertas de produtos se convertem em compras.
Presença da plataforma no País
Com o possível banimento do aplicativo nos EUA — caso não seja vendido para uma empresa americana até 5 de abril deste ano —, o próximo país a receber a plataforma completa deve ser o Brasil. O Santander também identificou que 41% das vagas abertas pelo TikTok no Brasil estão relacionadas a atividades de comércio.
“Acreditamos que isso pode indicar um potencial lançamento iminente”, afirmaram os autores do documento. O Santander também analisou as métricas de engajamento e as estratégias de mídias sociais de 28 varejistas listadas em Bolsa para avaliar o quão preparadas elas estão para um possível lançamento do TikTok Shop no Brasil.
Segundo o banco, lideram o grupo as empresas “que já adotam estratégias nativas de plataforma, geram maior engajamento e apresentam menores custos de aquisição de clientes”. Por outro lado, os players tradicionais de lojas físicas ou aqueles com dedicação limitada à plataforma “enfrentam maior ameaça de perda de participação de mercado”.
Nesse cenário, embora tenham elevada exposição, foram classificadas como abaixo do ideal as empresas Azzas 2154 (OP), Guararapes (N), SBF (N) e Vulcabras (OP). Em relação a plataformas como Magalu e Mercado Livre, o Santander prevê a possibilidade de parcerias estratégicas, a exemplo do que ocorreu entre Amazon e TikTok Shop nos EUA.
Com informações de DC News.
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