Nada será como antes! Depois de tudo que aconteceu neste país nos últimos 3 anos, profundas transformações ocorreram na cadeia formada por redes de varejo, franquias e nos shopping centers. Mas no meio da nossa crise econômica, foi justamente neste período que as grandes transformações da omni canalidade afloraram com mais força em todo o mundo. Para um administrador de qualquer empresa do setor, os desafios foram e têm sido tremendos. Novas tecnologias e canais, mudanças de hábitos do consumidor, inflação, recessão, impeachment, crise econômica, vendas em queda, crise política…e o resultado é que temos um cenário com profundas alterações no mercado. São elas:
Redes de varejo
Grupo 1 – Voltam a expandir:
– Segmentos com produtos com ótima relação custo x benefício para um consumidor ainda debilitado financeiramente.
– Empresas que souberam tirar proveito da omnicanalidade atuando de forma integrada no varejo físico e digital. Redes como Magazine Luiza,
– Empresas capitalizadas que aproveitam as oportunidades da crise e avançam sobre a concorrência debilitada
– Segmentos menos suscetíveis a crise com produtos e serviços de primeira necessidade
– Empresas com boa gestão administrativa e governança corporativa
Grupo 2 – Não expandem
– Empresas altamente afetadas pela concorrência digital
– Redes alavancadas e altamente endividadas
– Empresas que envelheceram e não souberam se atualizar frente a concorrência
– Empresas que não entenderam que o consumidor mudou e não adequou seu produto / serviço para a nova realidade do consumidor
Redes de franquias
Grupo 1 – Voltam a expandir:
– Redes estruturadas que ao longo do tempo investiram no relacionamento com os franqueados, gestão e aprimoramento de produtos e serviços
Grupo 2 – Não expandem
– Redes desestruturadas, descapitalizadas, com pouca estrutura, franqueados insatisfeitos e desmotivados
Nos próximos anos veremos grandes redes varejistas e franquias de um passado recente sucumbirem ou diminuírem de tamanho. Ao mesmo tempo também veremos novas redes surgirem, nacionais e internacionais, novos entrantes regionais, lojas digitais influenciando o físico de forma mais integrada, lojas de nichos, de tribos, de conveniência, de serviços e experiências para um consumidor cada vez mais consciente, antenado, ético, exigente e economicamente racional. Grandes mudanças, mas salutares para o mercado e para o consumidor.
Marcos Hirai (marcos.hirai@gsbgh.com.br), sócio-diretor da GS&BGH Retail Real Estate