Os resultados da China Vanke poderão permanecer sob pressão durante algum tempo, em meio às turbulências no mercado imobiliário chinês, que, segundo a incorporadora, levaram a uma queda acentuada no lucro líquido no ano passado.
A empresa, uma das maiores incorporadoras imobiliárias da China, obteve um lucro líquido de 12,16 bilhões de yuans (US$ 1,68 bilhão) no ano encerrado em dezembro, uma queda de 46% em relação a 2022. As receitas caíram 7,6%, a 465,74 bilhões de yuans no período.
O setor imobiliário da China tem estado atolado numa espiral descendente, à medida que a sua economia registra uma recuperação lenta e desigual e o sentimento do consumidor luta para se recuperar. O país lançou uma série de medidas para apoiar o setor, como uma “lista branca” para conceder empréstimos a incorporadoras.
Os lucros da China Vanke estão “sob pressão”, afirmou a empresa num comunicado à bolsa de valores divulgado nesta quinta-feira, 28. “Durante o período de expansão excessiva em escala, algumas premissas de investimento foram demasiado otimistas e levará algum tempo até que estes projetos sejam digeridos”, afirmou.
A empresa disse que pretende reduzir a sua dívida com pagamento de juros em 100 bilhões de yuans nos próximos dois anos. A companhia planeja utilizar um mecanismo de financiamento para o setor imobiliário que o governo anunciou no início deste ano.
Queda nos preços
O mercado imobiliário da China estabeleceu um recorde indesejável no mês passado. O preço das casas usadas nas grandes cidades do país caiu 6,3% em fevereiro, a pior queda mensal desde que o governo começou a divulgar dados em 2011. Isso fez parte de uma queda generalizada dos preços em todo o país e mostra que a dolorosa crise imobiliária da China não tem dado nenhum sinal de perder força.
A desaceleração imobiliária que durou anos causou enormes danos à economia, reduzindo os negócios das empresas de construção e outras empresas que prosperaram durante o boom imobiliário. Pequim, então, tomou medidas para enfrentar o medo do setor, incluindo pressionar os bancos a emprestar mais a empresas em dificuldades e facilitar a compra de casas pelas pessoas.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires)
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