O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (29) que o governo está deixando o câmbio ir para o lugar real, de equilíbrio, e que isso ajuda a proteger a indústria. Em sua participação ao lado do empresário Abilio Diniz em mais uma edição do Mercado & Consumo em Alerta, o ministro voltou a dizer que o modelo não é mais de juros básicos altos com câmbio baixo, mas sim de juro baixo com câmbio “em cima”. “O aperto é fiscal e deixa mais solto o monetário”, disse o ministro, acrescentando que os juros estão “baixíssimos”, mas podem descer mais.
Guedes fez questão de reforçar a ajuda direta da União a Estados e municípios no valor de 120 bilhões a 130 bilhões de reais e que sairá em breve, com o texto sendo formatado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Durante sua exposição, Guedes afirmou que Alcolumbre, relator do projeto, apoiou a intenção do governo de promover o congelamento dos salários do funcionalismo por 18 meses como contrapartida à injeção de recursos aos entes subnacionais. “Se vamos mandar 120, 130 bilhões em alta velocidade para Estados e municípios, esse dinheiro não pode virar aumento de salário”, disse.
O ministro avaliou que o país parece estar resistindo bem ao impacto inicial da crise do coronavírus no mercado de trabalho. Segundo Guedes, com as medidas do governo que permitiram a negociação de jornada e salários, a estimativa é de que 4,3 milhões de empregos foram preservados.
O ministro também disse que o governo não usará dinheiro público para salvar grandes empresas afetadas pela crise causada pelo coronavírus. Ele citou que grandes empresas, como companhias aéreas e produtoras de automóveis, deverão buscar negociações e soluções dentro do próprio mercado para superarem essa fase. “O governo não vai pegar dinheiro público, dinheiro que falta para saúde e para educação, e, simplesmente, salvar uma grande empresa. É da vida ser abatido, é do mercado. Em uma economia de mercado, de vez em quando é atingido, então não vou tentar salvar”, declarou Guedes.
A autoridade política sugeriu que as empresas façam testes semanais em seus funcionários para detectar se algum deles está contaminado com o coronavírus. Ao propor a medida, o ministro disse que não estava incentivando o fim do isolamento social. Guedes também não mencionou se haveria alguma ajuda do governo para as empresas disponibilizarem os testes. “Precisamos de vocês agora, empresário, fazendo testes. Funcionário chegou, faz o teste. Se está infectado, vai para casa”, declarou o ministro.
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